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Após 2 anos de reforma, marquise do Parque do Ibirapuera será reaberta

Estrutura foi castigada pela falta de manutenção preventiva e por sucessivas intervenções

Por Adriana Ferraz - O Estado de S. Paulo
Atualização:

SÃO PAULO - Após dois anos de obras e quatro de espera, a marquise do Parque do Ibirapuera, na zona sul de São Paulo, será reaberta nos próximos 15 dias. Mas o público não terá acesso a todo o espaço projetado por Oscar Niemeyer. A inauguração será parcial: na primeira fase, a Prefeitura vai liberar 9 mil m2, o equivalente a um terço da área total. O restante deve ser entregue até o começo de dezembro.

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Iniciado em abril de 2010, o restauro teve por objetivo a recuperação estrutural da marquise, castigada pela falta de manutenção preventiva e por sucessivas intervenções que colocaram a segurança em risco. "Ao longo do tempo, várias camadas de concreto foram acrescentadas de forma sobreposta à cobertura, com a intenção de impermeabilizá-la. Mas o resultado foi uma sobrecarga de peso perigosa", explica Luiz Ricardo Santoro, secretário adjunto da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb).

Com 620 metros de comprimento e largura que varia entre 15 e 80 metros, a laje chegou a receber 36 centímetros a mais de concreto em determinados pontos. E zero em outros. O desequilíbrio de forças ainda foi provocado por materiais de construção abandonados sobre a cobertura em reparos anteriores.

Acidentes. Os danos provocaram acidentes. O último culminou na interdição de uma área de 50 metros quadrados depois que parte do acabamento ruiu, próximo do parquinho infantil, em novembro de 2008. Nessa época, a Prefeitura já elaborava o edital para contratação da reforma, que foi lançado no mês seguinte. Mas adiamentos no processo de licitação e suspensões promovidas pelo Tribunal de Contas do Município (TCM) atrasaram a execução do serviço, além de deixá-lo mais caro.

A previsão inicial era gastar R$ 12 milhões com a reforma. Hoje, segundo a Siurb, os custos alcançaram R$ 13,8 milhões - alta de 15%. Santoro diz que a complexidade do projeto levou a atrasos e investimentos elevados. Por se tratar de um prédio tombado pelos órgãos do patrimônio histórico, a reforma exigiu licenças extras e monitoramento constante do Departamento do Patrimônio Histórico (DPH).

Os dois banheiros, por exemplo, não são originais. Foram construídos após a pressão do público e precisaram de autorização para permanecer nesse espaço. A solução encontrada pela Prefeitura, após um acordo com o DPH, foi descolar os dois "puxadinhos" da laje. As paredes ficarão a 20 centímetros da marquise e funcionarão como um espécie de caixa aberta.

Outro empecilho, ainda não resolvido, é a permanência da lanchonete construída sob a laje. A Prefeitura já revogou a permissão de uso da área utilizada pela The Green e trava atualmente uma batalha judicial para retirar a estrutura do local. O comércio funciona por meio de liminar.

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