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Apesar de programa, mortes de pedestres caem só 2% em SP

Foram 617 mortes por atropelamentos em 2011, ante 630 há dois anos; redução está abaixo da meta da CET

Por Caio do Valle
Atualização:

SÃO PAULO - O número de atropelamentos fatais na cidade de São Paulo caiu apenas 2% no ano passado na comparação com 2010, mostram dados divulgados nesta quinta-feira, 3, pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Foram 617 mortes desse tipo, ante 630 há dois anos.

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A redução ainda é modesta se comparada à meta da própria CET para diminuir essas ocorrências, inclusive com propagandas na TV. No ano passado, o órgão de trânsito informou que tem o objetivo de "baixar entre 40% e 50% o número de mortes por atropelamentos na cidade" até o fim de 2012, com base no número de 2010.

Para isso, a Prefeitura criou um programa de proteção aos pedestres, colocado em prática em maio de 2011. As multas para os motoristas que não respeitam quem anda a pé começaram depois, em agosto no centro, e em setembro no restante da capital.

A superintendente de Educação e Segurança da CET, Nancy Schneider, diz que dois aspectos explicam o fato de a meta ter ficado longe de ser alcançada em 2011. "O programa se iniciou em maio, ou seja, houve quatro meses sem o programa. E ele também começou pela área central. Só foi para o restante do município em agosto, com a fiscalização em setembro."

Apesar disso, ela afirma acreditar que a meta estipulada pela CET será alcançada neste ano.

Motos. No geral, as mortes no trânsito de São Paulo aumentaram 0,6%. No ano passado, 1.365 pessoas morreram em acidentes viários na cidade. Em 2010, foram 1.357. Esse crescimento foi puxado principalmente pelos motociclistas. Em 2011, morreram 512 deles na capital, 7,1% a mais do que no ano anterior, quando houve 478 mortes.

Já a via mais perigosa continua sendo a Marginal do Tietê, com 54 mortes no ano passado (ante 56 em 2010). Em seguida, está a Avenida Jacu-Pêssego, na zona leste, que registrou 25 mortes em 2011, mais do que o dobro das 10 registradas no ano anterior. A explicação da CET para esse salto é a abertura do novo trecho da avenida, que liga o trevo da Avenida Ragueb Chohfi ao tramo sul do Rodoanel.

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A Marginal do Pinheiros aparece em terceiro lugar, com 23 mortes, o mesmo número do ano anterior. As estradas de Itapecerica e do M'Boi Mirim, na zona sul, tiveram, cada uma, 18 mortes no ano passado, ante, respectivamente 18 e 17 em 2010.

Para contabilizar as fatalidades, a CET levou em conta dados do Instituto Médico Legal (IML) e boletins de ocorrência de acidentes de trânsito. Reportagem publicada hoje pelo Jornal da Tarde revela que houve mais boletins de ocorrência de acidentes de trânsito registrados na cidade no primeiro trimestre deste ano, na comparação com os três primeiros meses de 2011.

No período, o número de homicídios culposos (sem intenção) por acidentes foi de 166, ante 159 nos três primeiros meses do ano passado, crescimento de 4,4%. Já as lesões corporais subiram 2,9%, de 6.155 ocorrências para 6.335 considerando o mesmo período. Os dados são da Secretaria da Segurança Pública.

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