Ao sair do bar, blitze não amedrontam quem bebe e dirige

Nas regiões boêmias de São Paulo, em uma hora, reportagem flagrou 10 motoristas que ignoram lei seca

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Por Ricardo Chapola e Fábio Lemos Lopes
Atualização:

SÃO PAULO - Bares cheios, estacionamentos lotados. Sinal de que o enrijecimento da lei seca anunciado no começo do ano ainda não se traduz em resultados expressivos na noite paulistana. O estadão.com.br percorreu na terça-feira algumas regiões famosas pelos bares e flagrou pessoas dirigindo após beber.

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Na Vila Madalena, o estacionamento que atende três estabelecimentos estava praticamente lotado, com cerca de 30 carros. Mesmo em um dia considerado de baixo movimento, havia poucas mesas disponíveis nos bares. Todas com pessoas consumindo algum tipo de bebida. Em uma hora, 10 pessoas pegaram o carro após consumir álcool.

"Hoje é um dia fraco. Mas precisa ver a situação que as pessoas saem e simplesmente pegam o carro", disse um taxista, que preferiu não se identificar. Ele lembrou de um episódio em que uma mulher embriagada perdeu o controle da direção e raspou a lateral do carro nos veículos de três colegas taxistas parados no ponto. "Basta ficar parado aqui e ver quantas pessoas chegam, bebem e saem dirigindo."

Enquanto esteve na Vila Madalena, a reportagem viu algumas viaturas da Polícia Militar percorrendo ruas do bairro, principalmente em locais com concentração de bares. Mas não presenciou nenhuma abordagem. Ao se deslocar, a reportagem acompanhou pelo Twitter informações de locais onde eram realizadas blitze da lei seca. O serviço é muito usado por motoristas para escapar da fiscalização.

Famosa por concentrar estudantes universitários, a Rua Maria Antônia também tem vários bares. Mas, em uma hora, apenas uma pessoa saiu dirigindo após beber.

Na mesa com sete amigos, o estudante de Desenho Industrial, Arthur César, de 18 anos, bebia água. "Não gosto de bebida alcoólica. Nós não costumamos beber e dirigir."

Apesar do exemplo do grupo, Arthur diz que é fácil ver pessoas bebendo e depois dirigindo. "É um perigo." Enquanto esteve no local, a reportagem viu duas viaturas da Polícia Militar estacionadas na rua, além de outras circulando pela área.

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