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Antonio começou a beber aos 13 anos

Do vinho na casa do tio à cerveja e pinga com amigos, ele conta o caminho que o levou à clínica

Por Davi Lira
Atualização:

O primeiro contato aconteceu por curiosidade. Antônio, paulistano de 24 anos, diz que aos 13, na casa do tio, experimentou vinho. "Eu bebia golinhos, não passava disso", lembra. O contato com a cerveja veio logo em seguida. "Com 15 anos, às vezes saia com o meu primo de 20 para beber com ele."Depois da cerveja, veio a pinga. "Era muito envergonhado na época. Daí tomava caipirinha de maracujá para ficar menos tímidos com as meninas." Todo o álcool era comprado por intermediários. "A gente dava dinheiro para o mais velho do grupo comprar. Era mais fácil nos postos de gasolina do que nos mercados", diz.Não foi só isso, mas o contato com as bebidas acabou se transformando em uma porta de entrada para o consumo de outras drogas. "Primeiro foi a maconha, depois o lança-perfume. Aí veio a cocaína."Com problemas em casa, os familiares resolveram enviar Antônio para uma clínica de reabilitação. "Há sete meses já me considero melhor. Estou afastado da bebida e continuo no tratamento", conta.Pai alcoólatra. A história de Maria, de 57 anos, com o álcool é de longa data. O primeiro contato se deu com um ponche alcoólico em sua própria casa. "O ponche de uva foi misturado com álcool pelo meu pai, que era alcoólatra. Foi ele quem me introduziu à bebida e me influenciou", conta.Depois do contato inicial, o álcool foi se tornando cada vez mais parte de sua rotina. "Eu me lembro que, a partir dos 22 anos, comecei a beber muito."Maria está há 20 anos em tratamento contra o vício do álcool e frequenta grupos de reabilitação diariamente. "Sempre tive por perto vinho, uísque e cerveja", relembra. No entanto, mesmo tendo "herdado" o alcoolismo do pai, Maria diz que "essa doença" não é genética. "Independe de alguém na família beber ou não beber. Nem meus avôs nem meus dois irmãos bebiam, por exemplo. Somente o meu pai e eu éramos as ovelhas negras da família", diz.

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