O sucateamento da Polícia Civil é uma realidade que atinge o País inteiro. Os governos preferem investir mais na PM, porque é aquela que dá a primeira resposta, que chega ao local do crime primeiro e passa a sensação à população de “polícia na rua”. Em São Paulo, o governo do Estado repõe as vagas abertas na PM com muito mais rapidez na comparação com as vagas de quem sai da Polícia Civil.
É fato que existe uma grande crise econômica no país e é preciso se respeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal. Mas é nítido que há uma desconstrução na qualidade da investigação policial. Os bandidos ligados ao crime organizado e às grandes quadrilhas só serão descobertos por meio da investigação.
Não se previne o crime apenas com a polícia ostensiva, mas também com a polícia investigativa. Um exemplo disso é que os crimes de roubo contra o patrimônio cresceram muito exatamente porque não há uma investigação que consiga identificar e prender culpados. A segurança pública conta com duas pernas: a Polícia Civil e a PM. Para andarem bem, ambas precisam estar fortes. A tendência, se não houver mudanças a curto prazo no quadro, é o sistema entrar em colapso.
* RENATO SÉRGIO DE LIMA PRESIDE O FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA