
02 de junho de 2014 | 21h58
Só na capital paulista, esses movimentos têm hoje cerca de 60 mil associados, que pagam mensalidade. Mas estar em dia com as prestações não basta. Em conjuntos erguidos por associações que comandaram as mais recentes invasões, como a Frente de Luta por Moradia e o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), ganhou imóvel quem era dedicado a atividades como protestos, invasões e reuniões nos fins de semana.
Esse sistema de pontuação em protestos foi adotado pelos movimentos após o governo federal deixar a critério deles, a partir de 2009, a forma de escolher os contemplados. A lógica do engajamento permitiu aos grupos recrutar um exército que lhes deu musculatura.
Mesmo com a maior parte ligada ao PT, esses movimentos hoje não hesitam em protestar contra Dilma Rousseff ou Fernando Haddad, na tentativa de vender “uma independência” e, dessa forma, arregimentar associados, o que dá poder a seus líderes na hora de reivindicar verba para novos conjuntos. O déficit habitacional, o aluguel cada vez mais caro na periferia e o clima de “só ganha quem sai às ruas” só aumentam o poder dessa nova marcha na cidade.
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