
06 de janeiro de 2015 | 03h00
Existem diversas razões para que os protestos aconteçam em São Paulo. A principal delas é que, apesar de ter havido, principalmente por parte da Prefeitura, uma forte ênfase em ações voltadas para a melhoria da qualidade do transporte público, a questão não avançou como se esperava. Atrasos e superlotação no metrô, nos trens metropolitanos e nos serviços prestados por empresas de ônibus ainda persistem e também devem estimular as mobilizações. É bom lembrar que as manifestações de 2013 também foram por mais políticas de mobilidade urbana e pela melhoria da qualidade dos serviços, e não só pelo preço da passagem.
Entre 2013 e janeiro de 2015, as autoridades públicas e o Movimento Passe Livre não estabeleceram nenhum canal de negociação específico com tal objetivo. Os protestos vão se transformar em um grande teste para os dois lados. Podem desgastar o MPL e fragilizar os governos. O melhor caminho para evitar tal risco teria sido uma solução negociada.
MARCO ANTONIO CARVALHO TEIXEIRA É CIENTISTA POLÍTICO ESPECIALIZADO EM GESTÃO PÚBLICA DA FGV-SP
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.