Análise: Comunicação falha é o grande erro político da gestão Haddad

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Por Carlos Melo
Atualização:

O grande equívoco político da gestão de Fernando Haddad (PT) é a dificuldade de se comunicar. O prefeito foi responsável por enfrentamentos importantes neste primeiro ano de mandato, como o do transporte público e do IPTU, mas não conseguiu demonstrar a necessidade de suas medidas. Predomina a impressão que os problemas históricos da capital, que está perto da inviabilidade, são produtos desta gestão. Instituir uma controladoria que descobre um esquema de corrupção daquele tamanho, por exemplo, é um gol de placa. Fica com aparência de gol contra porque Haddad se comunica mal e tira pouco proveito de seus acertos.

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É cedo para descrever os impactos eleitorais do ano de estreia de Haddad. Do ponto de vista estratégico, foi correto encarar questões mais espinhosas no começo do mandato para depois tratar de outras em que há menor resistência. A reação dos cidadãos dependerá do grau de mudanças em relação aos problemas atacados, como o da mobilidade urbana. A tendência é que sua aceitação seja maior na população pobre, usuária do sistema de transporte público, do que entre as faixas da classe média, descontentes com o reajuste de impostos sobre a propriedade privada. Esse cenário confirma a distribuição de votos na cidade para candidatos petistas vista nas últimas eleições.

A avaliação positiva baseada em bons resultados práticos, no entanto, tem efeito mais localizado. Já as más impressões causadas pelas falhas de diálogo com os eleitores se expandem facilmente para a região metropolitana, o interior do Estado e até outras regiões do País. Antes da resposta das urnas a Haddad na eleição municipal em 2016, os tropeços de comunicação devem comprometer os resultados de Alexandre Padilha para o governo do Estado e da presidente Dilma Rousseff, que tentará a reeleição no ano que vem.

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