05 de dezembro de 2013 | 02h13
O resultado do ranking universitário é mais um indicador da baixa competitividade do Brasil. Apesar de ser a sétima economia do mundo e a segunda do grupo de países analisados, atrás só da China, o desempenho do Brasil, medido por qualquer indicador de competitividade internacional, seja econômica, de inovação ou educacional, é sempre decepcionante e declinante em muitos casos.
É preciso contextualizar o que é avaliado pelo Times Higher Education: há um grande peso em pesquisa. No caso do Brasil, esse indicador está na faixa de 65% da média mundial, ou seja, artigos de autores com sede no País são citados em número que está bem abaixo da média. Na comparação com China, Taiwan, Índia e mesmo Turquia e África do Sul, estamos em situação precária. A desculpa da língua não pode ser usada. Nem o nível de desenvolvimento econômico, pois nosso PIB per capita é maior do que o da China e da Índia.
Parte relevante do problema está no modelo de governança vigente, que trata nossas universidades como órgãos públicos genéricos, sujeitos às restrições em contratações, compras e decisões estratégicas. Isso pode ser suficiente para manter um sistema medianamente qualificado, mas não será nesse modelo, sem diferenciação de missões ou liberdade para contratar competitivamente, que chegaremos ao nível de excelência dos países emergentes da Ásia. É hora de se repensar o modelo de governança das universidades públicas brasileiras, adequando-o a um mundo cada vez mais aberto e competitivo.
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