
24 de julho de 2013 | 02h03
Mas não só isso. Foi lá que aconteceu a 5.ª Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe (Celam), cujo relatório geral ficou a cargo do então cardeal Jorge Bergoglio. Os participantes da Conferência costumam lembrar o forte impacto causado a eles pela piedade popular demonstrada pelos romeiros e pelo clima de oração do Santuário. Aparecida é um lugar em que a religiosidade popular esteve presente e iluminou o trabalho dos bispos e de Bergoglio. Por fim, tem um forte significado pessoal para o novo papa, pois ele próprio é um devoto de Nossa Senhora, um homem que vai para a Aparecida também como peregrinação pessoal.
Bergoglio se alinha à corrente do pensamento que sempre viu a opção pelos pobres vinculada à construção de um tecido social e cultural que forma o que poderia ser chamado de "povo latino-americano". Acredita que a transformação social, a justiça e a solidariedade não podem ser construídas no continente sem a referência à matriz da religiosidade popular latino-americana. Aparecida é a concretização de tudo isso, em pedra, tijolo, cerâmica do templo e carne dos peregrinos.
* É COORDENADOR DO NÚCLEO FÉ E CULTURA DA PUC-SP
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