05 de agosto de 2019 | 03h00
A escolha da área central para concentrar as obras da gestão Bruno Covas pode ser explicada por duas condicionantes: a) falta de dinheiro para investimentos na periferia; b) estratégia de buscar votos na classe média, especialmente entre o eleitorado de centro, teoricamente mais esclarecido e supostamente fatigado da onda conservadora de Jair Bolsonaro, que tem tudo para colocar um candidato no segundo turno. Em resumo, Bruno quer fazer dos limões uma limonada.
Não será fácil. A periferia é mais populosa (tem mais votos) e vem sendo determinante nas eleições paulistanas. É na periferia onde a população precisa mais do aparato municipal, dos hospitais, das creches, dos pontos de ônibus e das ruas bem iluminadas. Uma análise rasteira das votações nos extremos da cidade mostra que vem prevalecendo quem marca presença administrativa, seja de esquerda, de direita ou de centro. Se a periferia desaprovar nas urnas a atual gestão, será impossível reverter esse resultado. Por fim, obras no centro costumam complicar o trânsito (e o humor dos paulistanos) e atrair o ativismo de associações e do Ministério Público, quase sempre contra transformações.
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