Anac libera venda de bilhetes da TAM

Após atrasos e cancelamentos, a comercialização havia sido suspensa até amanhã. Normalização de serviços antecipou fim de proibição

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Por Nataly Costa
Atualização:

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) voltou atrás na decisão de suspender as vendas de passagens da TAM até sexta-feira e autorizou a empresa a comercializar bilhetes desde as 12h de ontem. A proibição da agência, uma punição pelos atrasos e cancelamentos acima da média nos voos da companhia entre sábado e segunda-feira, foi revogada após as operações terem se normalizado, na terça-feira. Ontem, repetindo os níveis do dia anterior, os cancelamentos da TAM em todo o País representaram cerca de 5% do total de voos programados pela empresa; os atrasos, em torno de 8%. São índices considerados dentro do normal pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). A agência já havia tomado medida semelhante contra a Webjet em setembro, pelos mesmos motivos, mas daquela vez a proibição não foi revogada. Em nota, a Anac afirmou que autorizou a TAM a retomar as vendas, mas "os acréscimos de voos na malha da empresa continuam suspensos até que seja concluída a auditoria no centro de operações da companhia".Outro ponto fundamental para a liberação foi o fato de que, com a maior empresa de aviação do País proibida de comercializar passagens, começaram a faltar assentos nos voos mais procurados. Segundo a agência, os trechos entre Brasília-Santos Dumont, Brasília-Congonhas e Congonhas-Porto Alegre se esgotaram para esta semana. Para o presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea), comandante Ronaldo Jenkins, "o prolongamento da punição contra a TAM traria mais dificuldade para o passageiro que para a empresa". O presidente da Associação Nacional em Defesa dos Direitos dos Passageiros do Transporte Aéreo (Andep), Cláudio Candiota, acredita que exista uma falta de oferta de assentos de maneira geral na aviação. "Esse é o problema do duopólio. Quando a Anac precisa tomar uma medida punitiva contra uma empresa, deixa o passageiro sem opção." Pane. No domingo, pior dia do apagão da TAM, a empresa cancelou 99 voos (13% do total) e outros 156 (mais de 20%) atrasaram mais de meia hora entre as 6h e as 22h, causando tumulto principalmente em Cumbica, Congonhas e no Santos Dumont. O problema alegado foi o fechamento de seis aeroportos por causa do mau tempo - a Infraero confirmou a interrupção temporária de apenas dois deles. Especialistas do setor acreditam que a pane foi causada por falta de tripulação. Uma semana antes de suspender as vendas da TAM, a Anac lançou um pacote de medidas contra um eventual caos aéreo no fim do ano, que inclui a proibição do overbooking. A prática é comum entre as companhias, que vendem mais assentos que a capacidade para não viajar com aviões vazios após desistências de última hora.

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