Amigo e testemunha do réu também assassinou ex

Três anos após o caso Eloá, motoboy que trabalhava com Lindemberg invadiu casa no ABC e matou mulher

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Por Redação
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Ele ajudou nas negociações. Era colega de trabalho de Lindemberg Alves. O réu e Robson Muriel dos Santos jogavam futebol juntos toda semana. O amigo chegou a ser arrolado como testemunha de defesa na última audiência, no ano passado, mas hoje está preso por homicídio. Exatos três anos depois do crime que parou o País, o motoboy Robson, de 26 anos, invadiu a casa da ex-mulher, em outubro de 2011, e a manteve refém no quarto com o argumento de que só queria conversar. Assim como ocorreu com Eloá, os parentes da vítima tentaram convencer Santos a mudar de ideia e libertar a ex. As negociações não avançaram. Na mesma noite, ele a matou com facadas no pescoço. Tudo na frente do filho de 3 anos, no imóvel da família, no Jardim Ipanema, em Santo André, também no ABC paulista. E aparentemente pelo mesmo motivo: o motoboy não se conformava com a separação. Na noite do crime, ele e Beatriz da Silva Costa, de 19 anos, estavam separados havia seis meses. A vítima já tinha relatado que sofria agressões e ameaças de morte à polícia. Após instauração de inquérito e denúncia à Justiça, Santos foi proibido de se aproximar da ex-mulher.O caso é conhecido da promotora de Justiça Daniela Hashimoto, que a partir de hoje vai sustentar a tese de que Lindemberg invadiu o apartamento de Eloá já com a intenção de matar. "Ele fez exatamente a mesma coisa. Há relatos, inclusive, de que na cadeia o Robson chegou a dizer que era dessa forma (matando) que eles (os amigos) resolviam as coisas", conta.'Loucura'. Em entrevista ao Estado, em 20 de outubro de 2008, dois dias depois de a morte de Eloá ser confirmada, Santos afirmou que Lindemberg havia cometido uma "loucura". Hoje, ele aguarda por julgamento e pode pegar de 12 a 30 anos de prisão, pelo mesmo crime cometido pelo amigo. A reportagem tentou falar com seu advogado, mas não conseguiu localizá-lo. / A.F.

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