Amigo de criança morta por policiais em SP presta novo depoimento

Menino de 11 anos que estava no carro furtado informou inicialmente que colega atirou em PMs e foi morto no revide

PUBLICIDADE

Por Alexandre Hisayasu
Atualização:

SÃO PAULO - O menino de 11 anos que estava junto com a criança de 10 morta com um tiro na cabeça por um policial militar, enquanto tentava fugir com um carro furtado, na noite desta quinta-feira, 2, na Vila Andrade, zona sul de São Paulo, foi para a sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para prestar novo depoimento. Ele está sendo ouvido por policiais civis na tarde desta sexta-feira, 3, na sede do departamento, no centro da cidade.

PUBLICIDADE

No primeiro depoimento, o jovem contou que seu parceiro estava armado e teria efetuado, ao todo, três disparos contra policiais militares antes de ser atingido por um tiro. O menino morto era, também, o motorista do veículo furtado. O carro havia sido pego em um condomínio distante cerca de 300 metros do local do tiroteio. A criança morreu no local.

O corpo do jovem morto já foi liberado pelo Instituto-Médico Legal (IML) Oeste, na Vila Leopoldina, e aguarda providências da família para que seja velado e enterrado. 

Chorando muito, a doméstica Cintia Ferreira Francelino, de 29 anos, falou com jornalistas em espasmos de desabafo, enquanto aguardava a liberação do corpo do filho Foto: Rafael Arbex/Estadão

De acordo com a PM, policiais faziam patrulhamento por volta das 19h15 na altura do número 835 da Rua José Ramon Urtiza quando viram um carro furtado na região. O motorista teria fugido da abordagem, e os PMs iniciaram perseguição, que só terminou após o veículo colidir em um ônibus e um caminhão. 

O garoto de 11 anos afirmou que, após as batidas no ônibus e no caminhão, o amigo atirou na direção dos PMs, momento em que houve o revide. Ele foi alvejado na cabeça e morreu no local. O outro menino sofreu escoriações na face decorrentes das colisões do carro no coletivo e no caminhão. A arma calibre 38 usada pelo menino foi apreendida.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.