
27 de dezembro de 2016 | 15h39
SÃO PAULO - O ambulante Luiz Carlos Ruas, de 54 anos, que foi espancado e morto por dois homens após defender uma travesti na Estação Pedro 2º do Metrô, será enterrado às 16h30 desta terça-feira (27) no Cemitério Vale da Paz, em Diadema, na Região Metropolitana de São Paulo.
Ricardo do Nascimento Martins, de 21 anos, e Alípio Rogério Belo dos Santos, de 26 anos, que foram identificados pelo polícia como os agressores e tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça, continuam foragidos. A expectativa é de que eles se entreguem ainda hoje.
Mais cedo, um pequeno grupo de pessoas fez um ato na estação de metrô, localizada no centro de São Paulo, contra a morte do ambulante.
Segundo informações da Polícia Civil, a vítima vendia salgados e refrigerantes do lado de fora da estação da linha 3-Vermelha quando viu os dois homens agredindo uma transexual e tentou defendê-la. A partir daí, passou a ser alvo de socos dos agressores. Ruas ainda tentou correr em direção à bilheteria da estação, mas foi perseguido pelos agressores, que continuaram a atingi-lo com vários golpes.
Responsável pelo Departamento de Capturas e Delegacias Especializadas (Decade), o delegado Osvaldo Nico Gonçalves afirmou ainda nesta segunda-feira (26) que Santos e Martins são primos e foram identificados nas imagens de câmeras de segurança da estação pelos próprios familiares. Um deles já tinha histórico de agressão, segundo a polícia.
Ainda de acordo com Gonçalves, os dois suspeitos moram na Aclimação e haviam saído para beber após um deles passar por uma “desilusão amorosa”, nas palavras do delegado.
“Foi um crime chocante. A vítima estava vendendo biscoitos para conseguir pagar o IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), segundo me contou a mulher dele. Foi defender um travesti que estava sendo agredido e acabou pagando com a própria vida”, disse o delegado.
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