
02 de setembro de 2011 | 00h00
"Para nós, é um conjunto bastante importante, porque representa a família. Restaurá-lo é como restaurar a identidade do povo que frequenta a igreja", afirma o padre Benedito Spinosa, responsável pelo local.
Com essa carga de simbolismo, o santuário conclui uma etapa da obra de restauro, planejada há cinco anos, iniciada há quatro e com previsão para levar pelo menos outros seis. Quase todos os altares laterais já foram reformados. "Vamos no ritmo que o dinheiro dá. Às vezes mais depressa, às vezes devagar", diz o padre. "Ainda faltam as paredes, toda a parte do telhado, o altar central."
"Antes de nosso trabalho, as imagens estavam bem ruins", conta o restaurador Elias Venino. "Havia falhas na pintura e muita sujeira. O dourado das imagens tinha saído quase que por inteiro." Elias é cuidadoso para prever o fim das obras. "Em restauro, sempre há surpresas", ressalta. "No caso do altar do Sagrado Coração, por exemplo, descobrimos uma pintura escondida, por baixo da aparente, no teto, e gastamos o dobro do tempo para recuperá-la. Foram cerca de seis meses." Não havia nos arquivos da igreja qualquer registro dessa pintura. "Para recuperá-la, trabalhamos no bisturi, tirando casquinha por casquinha de tinta."
História. Conhecida na região central como "santuário do casamento", a Igreja do Sagrado Coração de Jesus foi inaugurada em 24 de junho de 1884. O altar-mor foi consagrado em 1895 e o local ganhou status de santuário em 1914. A igreja se tornou paróquia em 1940. É dirigida por padres salesianos. Até a década de 1920, sua torre era um dos pontos mais altos da cidade. Mede 62 metros e o Cristo Redentor no topo tem sete metros de altura.
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