
20 de dezembro de 2010 | 00h00
"O Alemão foi se tornando um antro para tudo quanto é tipo de criminoso. Delegacias como a que investiga roubo de carro e de cargas colheram bons frutos nas operações", afirma o diretor do Departamento Geral de Polícia Especializada, Ronaldo Oliveira. Somente na 22.ª Delegacia de Polícia, 68% dos registros eram para cumprimento de mandados de prisão referentes a crimes sem relação com o tráfico. De 54 anotações, só 17 foram por tráfico ou associação para o tráfico.
Gessé da Silva Ferreira, de 30 anos, acumula cinco processos por roubo qualificado e, segundo a polícia, está ligado a cerca de 30 assaltos. Ele usava o Alemão como esconderijo e base para revender cigarros roubados. "É um ladrão de cargas contumaz. Sua prisão provocará uma baixa considerável em roubos neste segmento", fala o delegado Deoclécio de Assis Filho. A empresa Souza Cruz, lesada neste tipo de ação criminosa, afirmou que só neste ano sofreu mais de cem assaltos na região e sabe que grande parte dos veículos roubados foram levados para o Alemão. O advogado de Gessé, Waldecir Lacerda, nega que seu cliente pertença à quadrilha de roubo de cargas.
Alguns bandidos do Alemão foram presos porque a notícia de que o Alemão não era mais território livre da polícia incentivou denúncias. É o caso de um homem que, separado da mulher, foi viver no Alemão e se esquivava do pagamento de pensão alimentícia há dois anos. Ele foi preso após denúncia anônima.
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