Alckmin nega que rodízio seja evitado com Cantareira a 14%

Governador afirma que 'não há nenhuma procedência nessa informação'; principal sistema de SP está com 9,5% da capacidade

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Por Fabio Leite , Pedro Venceslau e Ana Fernandes
Atualização:

Atualizada às 21h16

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SÃO PAULO - Apesar dos sucessivos aumentos na capacidade dos principais mananciais que abastecem a Grande São Paulo, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) ainda considera prematuro descartar em definitivo o rodízio oficial de água na região e trabalha com cenários pessimistas quanto ao regime de chuvas até o fim de março para definir uma margem de segurança dos reservatórios suficiente para manter um fornecimento mínimo até o próximo período úmido, que começa em outubro.

Segundo integrantes do governo e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o nível mínimo de armazenamento do Sistema Cantareira, o maior e em situação mais crítica, para evitar o rodízio ainda está longe de um consenso. Uma ala minoritária próxima do governador advoga a tese de que com o Cantareira a 14% já seria possível eliminar definitivamente a possibilidade de racionamento oficial. 

Governador diz que Sabesp não trabalha com data ou tem ainda qualquer limite estabelecido para determinar se haverá rodízio Foto: Clayton de Souza/Estadão

Essa ideia, contudo, foi rechaçada por Alckmin nesta quinta. “Não há nenhuma procedência nessa informação, nenhuma. Não tem nem discussão em relação a isso”, disse o governador. Nesta quinta-feira, o Cantareira registrou alta de 0,6 ponto porcentual pelo segundo dia consecutivo, chegando a 9,5% da capacidade, considerando as duas cotas do volume morto. Na prática, o sistema opera com índice negativo em 19%. Para integrantes do governo, seria preciso recuperar mais água do volume morto para ter uma segurança maior. Em 2014, o Cantareira começou o período seco com 13% acima de zero.

Conforme o Estado antecipou, técnicos da Sabesp calculam um índice mínimo do Cantareira que, se não for atingido, acionaria o “gatilho” do rodízio oficial de quatro dias com água e dois sem. 

Além do fator climático, cujas previsões apontam dias mais secos até o fim o mês e chuvas abaixo da média em março, o governo ainda avalia quando conseguirá concluir as obras emergenciais para aumentar a oferta de água na Grande São Paulo, como a captação de 1 mil litros por segundo do Rio Guaió, em Suzano, e a ligação das Represas Billings e Taiaçupeba, com acréscimo de mais 4 mil litros por segundo no Sistema Alto Tietê, que também teve altas expressivas neste mês e chegou nesta quinta-feira, 19, a 17,2%.

“Eu não me arriscaria a dar um número mágico. O volume de chuva é muito bom, mas ainda é cedo para tirar qualquer conclusão”, disse Gesner Oliveira, ex-presidente da Sabesp. “Não é uma conta simples porque são muitas variáveis. O importante é continuar economizando”, disse Antonio Eduardo Giansante, mestre em Engenharia Hidráulica e Saneamento.

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