PUBLICIDADE

Alckmin financiará uso racional de água

Municípios das Bacias do Alto Tietê, do PCJ e do Paraíba devem usar água da chuva e de reúso em creches, escolas e hospitais

Por Monica Reolom
Atualização:

Atualizado às 9h50

PUBLICIDADE

SÃO PAULO - O governo do Estado de São Paulo lançou um programa que vai financiar projetos municipais de aproveitamento de água da chuva e de reúso em serviços públicos como creches, hospitais, prédios de administração pública e empreendimentos habitacionais de interesse social. O Programa de Fomento ao Uso Racional das Águas é o primeiro da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) que destina verbas a propostas de combate à crise hídrica desenvolvidas por prefeituras.

O decreto para criação do programa foi publicado no

Diário Oficial do Estado

neste sábado, 21, e estabelece as áreas prioritárias para adoção das medidas: Alto Tietê, Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Bacia do PCJ) e Paraíba do Sul. "São as regiões mais críticas do ponto de vista da captação de água", afirma a secretária estadual do Meio Ambiente, Patrícia Iglecias. Qualquer prefeitura, no entanto, pode encaminhar propostas.

O dinheiro para bancar o programa sairá do Fundo Estadual de Prevenção e Controle da Poluição (Fecop), vinculado à Secretaria do Meio Ambiente, que nos últimos anos foi usado para outras finalidades, como a gestão dos resíduos sólidos. "A limitação para 2015 é de R$ 4,5 milhões, que serão divididos entre os projetos apresentados pelos municípios", diz Patrícia.

Alckmin plantou mudas de espécies nativas em área ciliar degradada em Piracaia, no interior de SP, no início do programa Nascentes nesta sexta-feira, 20 Foto: Bruno Santos/A2 Fotografia/Divulgação

A liberação do dinheiro ocorrerá somente após análise dos documentos. Segundo a secretária, o valor é suficiente. "Nós vamos estabelecer limites para os projetos, mas dá para perceber pelo próprio escopo - sistema de coleta, armazenamento, tratamento de águas pluviais - que não são complexos."

Publicidade

O governo vai apresentar o projeto às prefeituras. "Vamos começar a parte de divulgação para que saibam que podem buscar esse recurso", diz Patrícia.

Alguma coisa.

O custo para criar ações de reaproveitamento de água é baixo, explica o professor de Recursos Hídricos Antônio Carlos Zuffo. "O preço estimado para fazer uma cisterna é de cerca de R$ 300. Se fosse dividir o valor total (do programa) por todos os municípios de São Paulo, seria pouco. Mas as áreas mais afetadas é que têm de ter prioridade. Então é pouco, mas já alguma coisa", diz.

O professor, no entanto, atenta para as mudanças no clima. "Estamos entrando no período seco, a partir de agora já não teremos tanta chuva para acumular. Talvez essa água

(reaproveitada)

não seja suficiente para substituir a da rede", afirma.

Programa após criação do comitê da crise. O Programa de Fomento ao Uso Racional das Águas surge logo após a criação do comitê da crise hídrica pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), em 4 de fevereiro. O objetivo do grupo, uma demanda de 30 prefeitos da região metropolitana de São Paulo que cobravam por mais transparência no governo, é debater o combate à crise e informar os municípios sobre medidas que possam afetar o abastecimento da população.

Publicidade

“Quando você vê os R$ 4,5 milhões (do programa) isoladamente, pode parecer que seja uma ação pequena. Mas, quando você analisa o conjunto das obras que estão sendo feitas, acho que elas se complementam”, disse o prefeito de Mogi das Cruzes, Marco Aurélio Bertaiolli (PSD), do comitê e também presidente do Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.