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Alckmin diz que investigação sobre pane no metrô ainda não acabou

Governador não informou se ainda trabalha com a hipótese de 'sabotagem', mesmo após documento mostrar que funcionários pararam trens

Por Caio do Valle
Atualização:

SÃO PAULO - O governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou nesta terça-feira, 18, que sua administração não terminou de apurar as causas da paralisação da Linha 3-Vermelha do Metrô de São Paulo, ocorrida há duas semanas. Questionado, o dirigente não comentou se ainda trabalha com a hipótese de uma "sabotagem", embora o Estado tenha revelado no sábado um documento do Metrô que mostra que dois dos três botões de emergência (que tiram a energia dos trens) foram acionados por funcionários, por razões de segurança.

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O uso desses botões foi a suposta causa do fechamento de dez estações do ramal por cinco horas, segundo a Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos. No dia seguinte à pane, Alckmin disse que havia suspeita de "sabotagem" e de uma ação orquestrada. Na semana passada, o secretário da pasta, Jurandir Fernandes, creditou a "safados" o uso indevido desses botões, que ficam em totens instalados nas plataformas das estações, à vista de todos.

Contudo, nesta terça-feira, 18, Alckmin não respondeu se ainda sustenta a suposta "sabotagem". "Nós vamos verificar. Nós não terminamos a apuração ainda", limitou-se a dizer, após uma agenda pública em um conjunto habitacional em Carapicuíba, na Grande São Paulo.

Segurança. A ata de uma reunião da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) da Linha 3, ocorrida na semana passada, revela que dois botões do Sistema de Prevenção de Acidentes em Plataformas (SPAP) foram apertados por funcionários. O primeiro, contudo, foi acionado por um passageiro na Estação Marechal Deodoro. O segundo e o terceiro foram apertados pelas equipes do Anhangabaú e da Sé, respectivamente.

Um segurança, em relato para a Cipa, declarou: "Ficava o sentimento de que a energia podia ser reestabelecida sem qualquer aviso. Por isso acionamos novamente o dispositivo de emergência, para garantir nossa segurança na via." Ou seja, os funcionários temiam que pessoas pudessem ser eletrocutadas ao andar nos trilhos.

Em nota, o Metrô informou que a ata da Cipa "não equivale a um relatório conclusivo sobre a ocorrência" e que se trata da coleta de relatos que, em parte, "conflitam com as informações" do Centro de Controle Operacional.

Fernandes, questionado sobre a facilidade de se encontrar os botões, afirmou, na quarta-feira, que "não é pelo fato de ser difícil ou fácil que qualquer safado pode fazer o que quer".

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Porta. O estopim da paralisação foi uma falha na porta de um dos trens na Estação Sé. As demais composições tiveram que parar no meio dos túneis, em pleno horário de pico. Por causa do calor e da superlotação, usuários esperaram mais de 20 minutos para seguir viagem e acionaram os botões de emergência para abertura de portas, em sete composições diferentes. Muitas pessoas caminharam sobre os trilhos, agravando a situação, e estações foram depredadas pelos mais exaltados.

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