
16 de outubro de 2014 | 12h23
“Foi deturpada uma afirmação da presidente da Sabesp, doutora Dilma, desinformando a população”, afirmou o governador, durante evento no Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, na zona sul da capital paulista.
Ele disse ainda que, além da primeira reserva de volume morto do Cantareira – que já está em uso e que tem 40 milhões de metros cúbicos de água –, existe outra, com 108 milhões de metros cúbicos de água. É essa parte do volume morto que garantirá água para a população caso a primeira acabe, de acordo com o governador.
Alckmin negou também que a Sabesp já esteja retirando água desse segundo volume morto, como apontou a Agência Nacional de Águas (ANA). Segundo o governador, foi a ANA que autorizou o uso dessa reserva. Confrontado com a informação de que a Sabesp já está retirando água do segundo volume morto, o governador disse que “não é verdade”. “Se temos ainda 40 bilhões de litros de água da primeira reserva técnica, por que entrar na segunda? Não tem sentido.” O governo do Estado entrou na Justiça para garantir a utilização desse volume (leia texto acima).
Sem data. Perguntado sobre até quando, então, vai durar o abastecimento de água, Alckmin respondeu que “não tem data”. Sobre a fala de Dilma Pena, o governador disse que “ela não mentiu”, mas que existe “uma desinformação”. “Isso é mentir para a população. As manchetes não foram isso (o fato de que o primeiro volume morto terminará em novembro). Infelizmente, há uma coisa para desinformar a população.” O governador falou que a falta de água enfrentada por muitas pessoas na Grande São Paulo nos últimos dias ocorreu por problemas técnicos, no fim de semana, em Americanópolis, zona sul da capital, e em Osasco, na Grande São Paulo. Alckmin não esclareceu, porém, os motivos dos casos bem mais antigos de desabastecimento. Ele afirmou que os problemas são “pontuais”, e negou o “racionamento informal”, com os cortes de pressão noturnos feitos pela Sabesp.
Desabastecimento. Segundo levantamento feito pelo Estado, pelo menos um em cada quatro distritos da capital já registra falta d’água. A reportagem constatou desabastecimento em parte de 26 dos 96 distritos de São Paulo.
O número de bairros com reclamações passou de 30 e alguns relataram desabastecimento pela primeira vez no ano. A Sabesp afirmou que o abastecimento “está em processo de normalização”.
A empresa alegou que “as altas temperaturas e a baixa umidade do ar, aliadas à redução na disponibilidade de água, provocaram uma série de problemas de abastecimento”.
No Estado, a falta d’água já atinge, total ou parcialmente, 70 municípios. Desses, 39 já adotaram o racionamento, 3 estão em situação de emergência e 1 em calamidade pública.
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