Alckmin deu carta branca para punição de espionagem

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Por Marcelo Godoy
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Antes da revelação do caso de espionagem, havia uma campanha para derrubar o secretário da Segurança, Antônio Ferreira Pinto. A mudança era, segundo um assessor do governador Geraldo Alckmin (PSDB), "mais do que um boato e menos do que um fato". A queda tinha data: hoje. A posse dos deputados estaduais seria a deixa para a substituição de Ferreira Pinto. Deputados da base do governo articulavam na Assembleia a mudança.Tudo conspirava contra Ferreira Pinto: a divulgação de um vídeo da revista de uma escrivã, despida por corregedores, levou ao afastamento da diretora da Corregedoria da Polícia Civil. Em pouco tempo, o episódio passou a ser usado como pretexto por desafetos do secretário. Diziam que ele se havia "incompatibilizado" com a polícia.O descontentamento de delegados com os salários foi aproveitado por colegas investigados em escândalos de fraudes. Havia entre eles ex-integrantes da cúpula da Polícia Civil do período em que Marco Antônio Desgualdo foi delegado-geral (1999-2007). Durante as três últimas semanas, todos na polícia davam como certa a saída de Ferreira Pinto. Foi quando surgiu o vídeo do encontro do secretário com um jornalista. Acusá-lo de divulgar informações para prejudicar o secretário de Logística e Transportes, Saulo de Castro Abreu Filho, seria a oportunidade que faltava para queimá-lo com o governador. Mas o tiro saiu pela culatra. O vídeo se tornou prova da espionagem. Com o escândalo, Alckmin percebeu que os adversários de Ferreira Pinto lhe criavam muito mais dor de cabeça do que o titular da Segurança. O governador determinou, então, a punição de todos envolvidos no caso.

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