Alckmin considera positiva ação da Polícia Militar em manifestação
Governador de SP avalia que os problemas aconteceram durante dispersão do ato; secretário afirma que culpa é de 'infiltrados'
Por Guilherme Mazieiro
Atualização:
AMERICANA - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), considerou positivas as ações da Polícia Militar nos protestos desta quinta-feira, 14, contra o reajuste das tarifas. "A polícia trabalhou bem, organizou bem (as manifestações)", afirmou o tucano referindo-se ao terceiro ato do Movimento Passe Livre (MPL).
O tucano ainda considerou que os desentendimentos começaram na dispersão do protesto. "Até o finalzinho da manifestação, não tinha tido problema nenhum. No finalzinho, um grupo pequeno, para se ter noção da irresponsabilidade,apertou o botão de emergência do trem, o que paralisa o trem", disse.
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As declarações foram feitas nesta sexta-feira, 15, durante a inauguração do Instituto Médico Legal (IML) e Instituto de Criminalística de Americana, no interior de São Paulo.
Questionado sobre a possibilidade de dar subsídio integral ao metrô,o governador afirmou que o reajuste tarifário de 8,5%, foi 2 % menor que a inflação do País em 2015, fixada em 10,5%.
"O Metrô é uma empresa não dependente do Estado. Agora, a gratuidade o Estado paga. As pessoas com mais de 60 anos, pessoas com deficiência, os desempregados, os estudantes de menor renda não pagam. O problema é a inflação. No caso do metrô e do trem, que são movidos à energia elétrica, a energia elétrica aumentou 70%. Ou seja, os ganhos de eficiência e produtividade, você transferiu ao usuário do sistema", concluiu.
MPL faz ato contra aumento da tarifa
1 / 6MPL faz ato contra aumento da tarifa
MPL faz ato contra aumento da tarifa
O Movimento Passe Livre faz, nesta quinta-feira, 14, um novo ato contra o aumento da tarifa em São Paulo Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO
MPL faz ato contra aumento da tarifa
O protesto foi dividido em duas frentes: um grupo saiu do Largo da Batata e outro, do Teatro Municipal Foto: GABRIELA BILO / ESTADÃO
MPL faz ato contra aumento da tarifa
O ato desta quinta também é acompanhado por forte aparato policial Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO
MPL faz ato contra aumento da tarifa
Parte dos manifestantes foi até a Estação Butantã, onde houve confusão. Foto: JF DIÓRIO/ESTADÃO
MPL faz ato contra aumento da tarifa
Black blocs tentaram fazer um catracaço. A PM lançou três sinalizadores para dispersá-los. Foto: JF DIÓRIO/ESTADÃO
MPL faz ato contra aumento da tarifa
No tumulto, os funcionários da concessionária ViaQuatro liberaram as catracas para 50 manifestantes. Foto: JF DIÓRIO/ESTADÃO
'Infiltrados'. O secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, disse que o problema das manifestações são os black blocs infiltrados.
"No final das manifestações, tanto a Estação Butantã, quanto a da Consolação,os black blocs infiltrados no movimento passaram a quebrar vidros e catracas. Aí, é crime, e o crime tem que ser reprimido, e foram presos", avaliou.
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Em protestos, estratégias da PM e de manifestantes variam de pedradas a blindados israelenses
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Ação Direta
A tática black bloc é usada por manifestantes que consideram legítima a violência contra grandes empresas e Estado. O grupo atua por meio da chamada "... Foto: Gabriela Biló/EstadãoMais
Ritual
Nos atos, os black blocs usam máscara ou camisa preta para cobrir o rosto. Eles costumam se reunir pouco antes dos protestos ainda sem estar caracteri... Foto: JF Diorio/EstadãoMais
Ritual
Entre os black blocs, o ritual de encobrir a face é chamado de "morfar" - uma referência a série de televisão Power Rangers. Foto: Daniel Teixeira/Estadão
Tropa do Braço
A PM já usou um "pelotão ninja". O grupo é especializado em artes marciais e foi treinado para atuar sem armas de fogo. Foto: JF Diorio/Estadão
Envelopamento
O "envelopamento" é uma estratégia da PM para isolar manifestantes. A tática foi usada no protesto com maior número de detidos em São Paulo, em fevere... Foto: JF Diorio/EstadãoMais
Ação direta
Os principais alvos dos black blocs são agências bancárias, concessionárias e lojas. Também já depredaram ônibus, lixeiras e telefones públicos. Foto: Felipe Rau/Estadão
Linha de Frente
A maior parte dos adeptos da tática black bloc é formada por jovens. O grupo se considera a linha de frente dos protestos. Foto: Daniel Teixeira/Estadão
Visibilidade
Os black blocs também atuam para atrair atenção da imprensa - e, consequentemente, para a causa da manifestação. Foto: Daniel Teixeira/Estadão
Confronto
Black blocs geralmente protagonizam confrontos com a PM. Eles usam pedaços de madeira, pedra, corrente e até coquetel molotov, um explosivo fabricado ... Foto: Nacho Doce/ReutersMais
Moraes ainda afirmou que por determinação da Secretaria de Segurança Pública (SSP), a PM vai seguir estritamente o que manda a Constituição Federal.
"Não tem nenhum problema em manifestações. Basta (os manifestantes) não estarem armados,como aconteceu na terça-feira, e comunicarem o traçado à autoridade competente", completou.
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