As projeções da SPTrans preveem que haverá pouca mudança nas viagens feitas de carro. Os congestionamentos devem continuar. Isso porque há o que a SPTrans chama de "frota reserva" de carros na Grande São Paulo. São cerca de 3,5 milhões de automóveis que não são usados durante a semana, mas que estão à disposição de seus donos.O superintendente de Planejamento de Transporte da SPTrans, Laurentino Junqueira, explica que, conforme o trânsito da cidade for melhorando, esses motoristas vão ter incentivo para sair de casa. "Com qualquer mudança que resulte em melhoria viária, essa frota sai da garagem." A expectativa de menos congestionamento faz com que mais carros saiam às ruas e tudo fique como está.A preferência por carro também passa por fatores psicológicos, como a preferência de ficar sozinho durante o caminho.Mas embora o individualismo seja citado como uma característica humana, políticas públicas podem desincentivar esse comportamento. Junqueira dá Tóquio como exemplo: "Cerca de 60% das viagens em Tóquio são feitas de Metrô. 35% são de carro e 5% de ônibus", afirma, considerando que os custos para manter o carro lá são maiores. "O cidadão lá, quando vai comprar o carro, tem de provar até que tem lugar para estacionar", diz o secretário adjunto de Transportes, Pedro Luiz Brito Machado.Levantamento. O Metrô está fazendo uma pesquisa para tentar identificar se a expansão da rede desde 2007 resultou na troca do carro pelo transporte público. Até lá, dizem governo e especialistas, qualquer adivinhação nesse campo é especulativa. / B.R.