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Água não será religada para evitar nova ocupação

Objetivo da Defesa Civil de Teresópolis é fazer com que moradores não voltem para 93 áreas[br]consideradas de risco

Por Bruno Boghossian
Atualização:

Com o objetivo de evitar que áreas devastadas pelo temporal da semana passada sejam ocupadas novamente, a Defesa Civil de Teresópolis determinou que o fornecimento de água seja interrompido em 93 pontos da cidade sujeitos a enchentes e deslizamentos. Nas comunidades onde tubulações foram danificadas, caminhões-pipa atenderão os moradores, mas a rede de abastecimento não será restabelecida."Em alguns locais, a Defesa Civil afirma que não é interessante retomar o fornecimento, pois os moradores serão removidos. Nesses casos, não queremos incentivar a ocupação irregular", diz o presidente da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio (Cedae), Wagner Victer.A lista das regiões que terão o fornecimento de água cortado ainda não foi enviada à Cedae, mas a prefeitura afirma que pretende aplicar um decreto editado em 2009, que exigia que as concessionárias de serviços públicos não fizessem ligações em 93 áreas de risco mapeadas pela Defesa Civil.A Cedae afirma que já restabeleceu o abastecimento de água em 95% do município de Teresópolis. Os 5% restantes são áreas em que a tubulação apresenta vazamentos que serão reparados ou locais em que o fornecimento não será retomado, segundo a determinação da prefeitura.Isolados. Cerca de 30 pontos de Teresópolis que estão parcialmente isolados podem não ter seus acessos desbloqueados. A decisão seria uma forma de obrigar os moradores a deixar as áreas consideradas de risco, diz o secretário municipal de Segurança Pública, Laet Moutinho."Comunidades nas localidades de Santa Rita, Granja Florestal e Campo Grande não terão seus acessos liberados nunca, pois a dimensão dos deslizamentos foi enorme. Temos então uma oportunidade para o poder público retirar as ocupações irregulares", afirmou.Não há prazos, mas os municípios da região serrana e o governo do Estado darão início hoje ao cadastramento das famílias desabrigadas, que receberão até R$ 500 por mês para alugar uma nova moradia. A remoção faria crescer ainda mais a procura por imóveis. Só em Teresópolis, há mais de 11 mil desabrigados ou desalojados.

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