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Aeroporto de Ribeirão tem de fechar toda vez que chove

Por Luís Henrique Trovo
Atualização:

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) proibiu pousos e decolagens no Aeroporto Leite Lopes, de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, quando a pista estiver molhada neste período de chuvas. A medida, que passou a valer a partir da meia-noite de ontem, foi tomada com base em relatório do Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp) que apontava que o excesso de borracha na pista a deixava escorregadia em dias de chuva, prejudicando o atrito com os pneus das aeronaves. A restrição será mantida até que obras sejam feitas. Neste ano, dois aviões já derraparam na pista, sem consequências graves.Ontem de manhã, seis voos ficaram comprometidos pela medida. Os passageiros seguiram de ônibus para o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, que também serviu de ponte aérea para o Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. À tarde, a situação foi normalizada. Rubens Carlos Vieira, da Anac, informou por meio de um ofício que o órgão expediu um Notam (Notice to Airmen) informando aos aeronavegantes que "a pista do Aeroporto Leite Lopes passará por obras de desemborrachamento a partir da próxima terça-feira, no período das 2h30 às 6h30, e até a conclusão da referida obra é necessário cautela nas operações, devido ao pavimento tornar-se escorregadio quando molhado". Segundo Valdecir Jorge Ferreira, agente aeroportuário do Daesp em Ribeirão Preto, "as condições da pista são boas e só ficarão comprometidas se a água atingir índice superior a 3 milímetros ou mais em 25% de sua extensão, como prevê instrução de aviação civil". "Em reunião com representantes da Empresa Brasileira de Infraestrutura Portuária (Infraero), decidiu-se que abaixo desses índices estaremos operando normalmente", disse. Transtorno. O empresário Maurílio Biagi Filho, de 65 anos, é um dos usuários do aeroporto de Ribeirão Preto que estão indignados com a falta de manutenção no local. "O Brasil tem essa cultura de não investir em prevenção. Até o mato do aeroporto está alto. Se houvesse alguma manutenção, hoje as pistas não seriam fechadas quando chove."Biagi Filho viaja a São Paulo pelo menos uma vez por semana a negócios. Hoje ele deve embarcar para os Estados Unidos de férias com a família. Até ontem, não tinha certeza de qual aeroporto decolaria. "Talvez de Franca. Talvez de Araraquara." / COLABOROU VALERIA FRANÇA

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