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Aeronáutica prende controlador que liderou rebelião em março

Wilson de Alencar Aragão Filho, do Cindacta-4, ficará detido por quatro dias por ter faltado ao trabalho

Por Liege Albuquerque
Atualização:

O presidente da Associação Amazonense de Controladores de Tráfego Aéreo, tenente Wilson de Alencar Aragão Filho, foi detido na madrugada desta sexta-feira por "burlar regras da Aeronáutica". Alencar ficará detido por quatro dias na sede do Cindacta-4, segundo um colega dele, que afirmou que o motivo de sua detenção foi uma "tentativa de intimidar a categoria por um motivo que para outro militar seria apenas motivo banal de advertência".   Alencar está detido em um alojamento no Cindacta-4. Cumpre seus horários normalmente e vai para o alojamento, em vez de voltar para casa. Em conversa com a reportagem ao celular, Alencar disse que estava proibido de dar entrevistas pela Aeronáutica e não queria fazer nenhuma crítica a sua detenção.   Ele afirmou que iria apenas contar o motivo alegado para a punição: há cerca de duas semanas faltou dois dias consecutivos para acompanhar sua mulher em tratamento de saúde. "Não aceitaram a justificativa e resolveram me punir quatro dias de detenção, devo sair na segunda-feira", afirmou.   Segundo a comunicação social da Aeronáutica, a detenção é uma das punições a quem burla regras das Forças Armadas, que podem ir de advertência por escrito até a detenção, uma das punições máximas. De acordo com a assessoria, a detenção ocorreu porque há "precedentes" no caso do tenente.   Alencar foi um dos líderes na paralisação dos controladores de vôo no dia 30 de março. Ele se denomina presidente de um sindicato - o que não é permitido nas Forças Armadas. Em junho, os controladores Carlos Trifilio e Wellington Rodrigues tiveram prisão decretada por concederem entrevistas à imprensa sobre o trabalho da categoria. Ainda segundo a assessoria, os controladores detidos já foram soltos e, assim como Alencar, são alvos de investigação interna.

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