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Adoniran Barbosa: os bairros de São Paulo em dez canções

Brás, Mooca, Bexiga e outros lugares cantados e "encantados" nas composições do sambista

Por Luiz Felipe Barbiéri
Atualização:

João Rubinato não era paulistano. Adoniran Barbosa, sim. O primeiro nasceu na cidade de Valinhos, em 1910. Era filho de imigrantes do Vêneto, região nordeste da Itália.  O segundo cresceu na boca do povo de São Paulo, nas crônicas em forma de samba que ainda hoje passeiam pelos bairros da maior cidade do País.

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João Rubinato resolveu virar Adoniran Barbosa porque queria ser sambista e não tinha nome de um. Então pegou o “Adoniran” de um amigo e o “Barbosa” de outro sambista, o Luiz.

A partir daí, de João para Adoniran foi questão de samba. “Saudosa Maloca”, “Samba do Arnesto” e “Trem das Onze” são alguns dos sucessos do cantor e compositor que viria a ser reconhecido como uma das maiores vozes da população ítalo-paulistana.

Trem das onze (Jaçanã) A mãe de Adoniran Barbosa com certeza não teria dormido se tivesse esperado o filho pegar o trem das 23h para o Jaçanã. Isso, porque não havia função na ferrovia nesse horário. Tampouco Adoniran morava no bairro. Apesar disso, a Tramway da Cantareira foi eternizada pelo sambista nessa canção.  

Praça da Sé Outra música que mostra o trabalho de observação e a percepção do sambista sobre as transformações em curso na cidade é ‘Praça da Sé”, escrita em 1978, logo depois da reinauguração da praça. Ela havia sido fechada por seis anos para a implantação da estação do Metrô. “Praça da Sé, Praça da Sé, hoje você é, Madame Estação Sé.”  

No Morro da Casa Verde A paixão dos moradores da Casa Verde pelo samba também inspirou uma de suas canções. Juntos, Casa Verde e o vizinho Limão reunem cinco escolas de samba: Rosas de Ouro, Unidos do Peruche, Império da Casa Verde, Mocidade Alegre e Morro da Casa Verde. 'Silêncio, é madrugada. No Morro da Casa Verde a raça dorme em paz. E lá embaixo os meus colegas de maloca quando começam a sambar não para mais'.

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