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Adolescente que atropelou 4 deve ser ouvida pela Justiça

Jovem comparecerá ao fórum assim que for convocada, mas que isso deve ocorrer apenas no final de dezembro

Por Rejane Lima
Atualização:

O Ministério Público de Guarujá enviou na última segunda-feira, 19, carta precatória para o Departamento de Infância e Juventude do Ministério Público de São Paulo para que a adolescente N.O.N.D, de 16 anos, que atropelou quatro pessoas no último dia 14, seja ouvida por um promotor da Infância e Juventude da capital paulista, onde a menina vive com o pai e a madrasta, no bairro do Itaim Bibi.   De acordo com a assessoria de imprensa do MP, após o recebimento da carta deve será realizado um sorteio que definirá um promotor para ouvir a jovem. Depois disso, o depoimento seguirá para o MP de Guarujá, que dará prosseguimento ao caso. A ação corre na esfera cível e não criminal, pois o ato infracional registrado no Boletim de Ocorrência da Delegacia Sede de Guarujá é de "lesão corporal culposa", aquela onde não houve intenção de lesionar as vítimas.   O advogado contratado pela família da menor, André Bezerra, afirmou que a jovem comparecerá ao fórum assim que for convocada pela Justiça, mas que isso deve ocorrer apenas no final de dezembro. Segundo ele, a adolescente nega ter se recusado a prestar socorro às vítimas e ter pedido pressa para ser liberada porque iria viajar. "Ela nega tudo isso, disse que ficou no local e só se lembra de uma pessoa ter lhe dado um copo d'água."   Na ocasião, uma testemunha que presenciou o acidente disse que a adolescente ficou sentada na calçada e pediu para ser liberada rapidamente porque tinha um vôo marcado para os Estados Unidos ainda naquela noite. O advogado disse que N.O.N.D não viajou e permanece no País. "Ela não foi viajar e não vai. Não havia nada marcado, não é que foi cancelado por causa do problema. A nossa maior intenção é desmistificar esse mito do desleixo dela", disse Bezerra.   Segundo ele, não haverá discussão nenhuma contra o fato de ter sido ela ou não a causadora do acidente "A família possui a intenção e está preocupada em arcar com os danos materiais tendo como a base o que prevê o ECA", afirmou o advogado, que espera que a punição seja uma advertência. "Estamos brigando para ela não ser internada e sim advertida porque que cometeu um erro, cometeu, mas tem estrutura familiar boa."   O acidente aconteceu no final da tarde de quarta-feira, dia 14, quando a adolescente atropelou quatro pessoas no Jardim Helena Maria. Ela dirigia em alta velocidade o Corolla que afirma ter pegado escondido do avô. Duas vítimas permanecem hospitalizadas: o garçom Pedro Ricardo Lopes, de 18 anos, que sofreu fraturas expostas na perna e no joelho esquerdo e a cabeleireira Nivia Pastora da Silva Braga, de 34 anos, que fraturou a tíbia em três lugares e precisará ser submetida a cirurgias na perna e na face.

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