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Adolescente morre na frente de Habib’s

Polícia apura ação de seguranças da loja; família fala em agressão e funcionários relataram que menino de 13 anos teve parada respiratória

Por Alexandre Hisayasu
Atualização:

A Polícia Civil vai investigar a ação dos seguranças da lanchonete Habib’s da Avenida Itaberaba, na Vila Nova Cachoeirinha, zona norte de São Paulo, na morte de um garoto 13 anos. O caso ocorreu na noite de domingo. Segundo a família do garoto, ele teria sido agredido pelos funcionários após pedir dinheiro para clientes na porta do estabelecimento. Em seguida, teve parada respiratória e morreu antes de chegar ao Hospital do Mandaqui.

Um menino morreu diante de uma unidade do restaurante Habib's e a polícia apura ação de seguranças da loja; garoto de 13 anos chegou a ser levado ao Hospital do Mandaqui, onde chegou morto Foto: Gabriela Biló

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Representantes da unidade do Habib’s afirmaram aos policiais do 13.º DP (Casa Verde) que o menino era conhecido do local por pedir dinheiro e comida aos clientes. Mas que naquela noite, ele estava “ importunando os clientes, inclusive com um pedaço de madeira”. “O adolescente ameaçava quebrar o vidro da loja e chegou a jogar pedras contra carros e um dos funcionários”.

Ainda segundo os representantes, um gerente e um supervisor, quando os funcionários foram repreendê-lo, o garoto “saiu correndo e, neste instante, teve um mal súbito”. O menino caiu no meio da rua, de acordo com esta versão. Os seguranças envolvidos não foram ouvidos pelo delegado Julio Siqueira Gomes.

O Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar foram acionados por moradores. Os PMs relatam que foram atender uma “ocorrência de agressão”, mas quando chegaram ao Habib’s o garoto já havia sido levado pela unidade de resgate.

O garoto morreu no caminho do Mandaqui. Segundo os bombeiros, o garoto não apresentava sinais de agressão. Os médicos do hospital afirmaram, em ofício encaminhado à polícia, que o óbito “se deu por causa desconhecida”. O Instituto Médico-Legal (IML) vai elaborar um laudo para esclarecer a causa da morte dele. O documento deve ficar pronto em até 15 dias.

Enterro. O menino foi enterrado ontem, no Cemitério da Vila Cachoeirinha. A mãe dele, Fernanda Cassia de Souza, que completou 34 anos anteontem, contou que o filho sempre ficava na porta do Habib’s para pedir moedas para clientes, mesmo contra a vontade dos pais. “Quando ele saía de casa, era certeza que o encontraríamos lá. Ele nunca agrediu ninguém, nunca roubou e, por isso, nunca foi preso. É muito estranho falarem que ele teve mal súbito, pois tinha a saúde perfeita.”.

Fernanda disse também que foi até o Habib’s assim que soube do incidente com o filho. No local, alguns clientes contaram que teriam presenciado o garoto ser agredido na frente da lanchonete pelos seguranças. “Alguns clientes foram no enterro. Um deles disse que deu moedinhas para ele antes de acontecer essa tragédia.”

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Fernanda tem mais filhas, de 19, 17 anos e 5 anos. Na tarde de segunda-feira, a família e um grupo de amigos fizeram um protesto na frente do Habib’s da Avenida Itaberaba e pediram justiça. “Se o meu filho estava errado, que ele fosse repreendido. Isso que aconteceu foi uma tragédia que derrubou a nossa família”, afirmou.

Lanchonete. Em nota, a assessoria do Habib’s disse que considera o fato lamentável. “A franqueadora leva em consideração as informações relatadas pelos funcionários da unidade franqueada, presentes no momento da ocorrência, bem como os relatos registrados em B.O. A polícia foi acionada, assim que verificaram que a conduta do menor estava incontrolável, ameaçando o patrimônio físico da loja e dos clientes. Imediatamente, também o resgate foi acionado.” 

A assessoria ainda informou que tomou as providências para socorrê-lo e vai se “empenhar em esclarecer todos os detalhes do ocorrido com prioridade”.

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