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Adolescente é morto por militares na Vila Cruzeiro

Por PEDRO DANTAS e RIO
Atualização:

A Polícia Civil e o Exército investigam a morte a tiros de um adolescente de 14 anos na Vila Cruzeiro, na Penha, zona norte do Rio. Abraão da Silva Maximiliano foi o primeiro morto em suposto confronto entre traficantes e militares desde o início da ocupação do Exército no Complexo do Alemão e nas favelas da Penha, iniciada em dezembro de 2010.Os familiares afirmam que o rapaz estava desarmado e foi executado. Segundo a versão da Força de Pacificação, Abraão morreu em troca de tiros entre uma patrulha do Exército e traficantes no Mirante da Chatuba, na noite de segunda-feira. O tiroteio aconteceu por volta das 22h e envolveu uma patrulha da 4.ª Brigada de Infantaria Motorizada de Juiz de Fora.Nenhuma arma foi apreendida. Quatro fuzis do Exército foram enviados para a Polícia Civil e encaminhados para a perícia no Instituto de Criminalística.Versões diferentes. "Uma patrulha encontrou três pessoas em atitude suspeita de boca de fumo (venda de drogas). Eles fugiram e o comandante da patrulha ordenou que parassem, mas os agressores correram e atiraram com uma arma curta", disse o coronel Malbatan Leal, chefe da Comunicação Social da Força de Pacificação. "Os militares cumpriram a regra de engajamento (protocolo de uso da força) e deram dois tiros de advertência para cima, seguido por um tiro de bala de borracha contra a ameaça. Como os disparos dos agressores não cessaram, a patrulha iniciou os tiros de autoproteção", afirmou o coronel.Segundo Leal, durante a perseguição, os militares viram que um dos agressores havia caído e o socorreram. Segundo a Secretaria de Saúde do Estado, o adolescente já chegou morto ao Hospital Getúlio Vargas (HGV). Os familiares afirmam que Abraão jogava bola com os amigos e não estava armado. Segundo eles, dois jovens foram ameaçados de morte porque teriam presenciado a execução.Em 6 de setembro, homens armados tentaram retomar o Morro do Adeus e houve tiroteio.

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