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Acusados montaram até 'conselho de administração'

Trata-se de uma administração delegada composta por 36 executivos responsáveis pelos principais negócios da facção na rua: o Grupo dos 36

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Por Marcelo Godoy
Atualização:

A contabilidade e os áudios das interceptações telefônicas mostram que os bandidos montaram um "conselho de administração" para o crime, independente dos integrantes da Sintonia Final Geral, a cúpula da facção atrás das grades.Trata-se de uma administração delegada composta por 36 executivos responsáveis pelos principais negócios da facção na rua: o Grupo dos 36.

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A criação desse conselho, composto unicamente por bandidos experientes que estão em liberdade foi ideia de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder máximo do PCC.Seu objetivo era fazer os negócios funcionarem sem a necessidade da participação no dia a dia da cúpula, presa em Presidente Venceslau.

Um homem foi escolhido para dirigir esse grupo. Trata-se de Dyego Santos Silva, o Coringa. Em liberdade desde 19 de novembro, ele ocupa o cargo denominado como "Sintonia Geral da Rua".Vários são os áudios e depoimentos que atestam a reorganização da facção. Desde 2010, ela planejava a reforma administrativa.

No dia 20 de outubro, às 2h20, Roberto Soriano, o Tiriça, (4.º na hierarquia), conversou com Abel Pacheco de Andrade, o Vida Loka, 2.º na hierarquia. Tiriça disse então que "o nosso sonho está quase realizado... Tudo anda praticamente sozinho na rua: rifa, progresso, pé de borracha (veículos próprios), ajudas (cesta básica)... Está bem adiantado naquele passo que a gente queria andar". Meses depois, os dois líderes foram flagrados em nossa conversa sobre o tema. Era 18 de março de 2011. Vida Loka afirma para Tiriça que Marcola quer que se monte " um time de administradores da facção na rua, que o gerenciamento da facção fique na rua, sem depender deles na prisão". "A ordem (de Marcola) é bem direta, tem que fazer a mudança que tem que ser feita.

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