Acusados de matar jornalista depõem e ''fogem'' de perguntas

Três PMs e comerciante falaram ontem ao 5º Tribunal do Júri sobre assassinato de repórter de Porto Ferreira

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Por Diego Zanchetta
Atualização:

Os três policiais militares e o comerciante acusados de matar, em maio de 2007, o jornalista Luiz Carlos Barbon, de 37 anos, negaram a autoria do crime ontem, no segundo dia do julgamento realizado no 5.º Tribunal do Júri da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. Quatro anos antes de morrer, Barbon relevara no Jornal do Porto, em Porto Ferreira, um esquema mantido por vereadores, comerciantes e policiais no aliciamento de garotas menores de idade para a prostituição.A viúva do jornalista contou também às testemunhas do júri que seu marido iria publicar uma série de matérias sobre o envolvimento de PMs com quadrilha de roubo de cargas na região de Ribeirão Preto e havia recebido ameaças de morte dois dias antes do crime.Os PMs negaram o envolvimento com roubo de cargas. Primeiro a depor, o soldado Paulo Ronceiro é acusado de dirigir a moto que levou o atirador ao Bar das Araras, onde o jornalista estava quando morreu. O policial disse que no dia da morte trabalhou na ronda policial das 7 às 19 horas. Depois, disse ter saído de casa por volta das 22h30 para ir à farmácia. No local, disse ter ficado sabendo do crime e, em seguida, passou no hospital onde Barbon estava sendo atendido para saber informações sobre o que havia ocorrido.Silêncio. Durante 42 minutos de depoimento, o soldado se negou a responder as cinco perguntas feitas pelo promotor André Luiz Bogado da Cunha.Apontado como mentor do crime, o capitão Adélcio Carlos Avelino negou ter participado do caso. O policial declarou ao juiz que só compareceu ao local do crime por "praxe da profissão". Chorando, disse não saber os motivos de ser acusado. Como os outros três acusados, o capitão não respondeu ao promotor.Por volta das 19 horas, a acusação passou a mostrar reportagem sobre o crime. O júri terminaria na madrugada de hoje.

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