Acusado de ser o mandante da morte de João Carlos Ganme - um dos herdeiros do Hospital Nove de Julho -, em 1999, Wagner Meira Alves conseguiu adiar o julgamento marcado para esta segunda-feira, 28, com um habeas-corpus, alegando o direito de constituir advogado de confiança (sua defensora está com problemas na gravidez e disse não poder comparecer) e à produção de provas pertinentes. É a 12ª vez que ele muda de advogado. Alves administrava fazenda da família Ganme quando houve o crime. Aos 39 anos, Ganme foi morto a punhaladas e teve o pescoço quebrado. O jogador de basquete Cacildo Jesus Lopes e Antônio Roberto Cerato teriam sido contratados por Alves para matá-lo, por R$ 20 mil. Por R$ 5 mil, José Garcia, outro funcionário de Ganme, informou a rotina do patrão. O objetivo do mandante seria impedir que os Ganme descobrissem que ele desviava madeira e gado da fazenda da família, em Mato Grosso. Para contratar os matadores, teve a ajuda do genro Airton Giglio e do irmão dele, Altair. No dia do crime, Lopes e Cerato foram ao escritório de Ganme em São Paulo, fingindo uma entrega, e o agrediram. O mistério durou até janeiro de 2000, quando o jogador de basquete foi morto em Araçatuba por outro pistoleiro, Ralbert Marques, contratado por R$ 15 mil. Lopes foi morto porque não estava satisfeito com os R$ 20 mil e pedia mais. Marques também seria morto meses depois em Clementina (SP). Alves fugiu, mas foi preso em janeiro de 2007. Cerato foi detido em dezembro.