09 de agosto de 2013 | 02h10
É nisso que acredita o engenheiro Antonio Eulálio, especializado em grandes projetos e integrante do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea). Eulálio, que esteve no local ontem de manhã, criticou a falta de guarda-rodas, barreira lateral de concreto que evitaria que o ônibus despencasse (só há um guarda-corpos). Além disso, a estrutura é reta entre o topo e o início da descida, e deveria ter uma curvatura. "Tem erro na forma geométrica e na segurança. Dá a impressão de que se fez economia na obra."
A Secretária de Obras e Urbanismo de Itaguaí, Luísa Ribeiro, informou que o projeto e a construção do Viaduto Prefeito Isoldackson Cruz Brito são de responsabilidade da MRS Logística, dona da linha férrea sob a estrutura. A MRS informou que a obra foi feita a pedido da prefeitura em 2006. Em nota, a empresa lembrou que a velocidade máxima permitida é de 50 km/h e que "centenas de veículos" passam pelo local diariamente.
O delegado Alexandre Gusman ouviu seis testemunhas, entre passageiros e pedestres. Todas disseram que o motorista, Carlos Alberto Oliveira da Silva, estava dirigindo com excesso de velocidade. A vendedora Alice Pereira, de uma loja de produtos religiosos na frente do viaduto, notou que saíram faíscas quando o ônibus bateu no asfalto na subida. Segundos depois, o coletivo caiu de uma altura de 7 metros. O tacógrafo do ônibus, apreendido ontem, vai apontar a velocidade exata que ele estava.
Luto. Três pessoas foram enterradas ontem: Andrelucy Serra, de 22 anos, José Antonio da Costa Moreira e Marcos Figueiredo. O motorista será sepultado em São Paulo hoje. Os corpos de dois passageiros, um homem e uma mulher, não haviam sido identificados até o fim da tarde de ontem.
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