26 de fevereiro de 2014 | 02h03
O protesto começou por volta das 18h, quando oito policiais civis entraram em dois carros - um cinza e outro preto - na favela para prender dois supostos traficantes. Um deles, menor de idade, fugiu para a comunidade e a polícia entrou à procura do suspeito. Na saída, com os jovens detidos, os moradores começaram a impedir a passagem, atirando pedras, contaram policiais civis.
De acordo com representante da ONG Moinho Vivo, os policiais atiraram para o alto. A polícia teria revistado barracos, o que causou revolta. Segundo a jovem Tatiane Cavalcante, de 28 anos, eles chegaram a abrir sua casa, dizendo que ela colaborava com o tráfico. "Foi uma humilhação. Já não chega tudo o que nós passamos aqui. Eles chegam chutando a porta."
Houve tiroteio e tumulto, e os moradores ficaram assustados. A líder comunitária Alessandra Moga mostrou cápsulas de revólveres que teriam sido deflagradas por policiais. "Eles saíram do carro à paisana, começaram a atirar e revistar barracos. Chamaram as mulheres de vagabundas e os meninos de traficantes. Aqui tem gente trabalhadora", disse. Segundo ela, havia crianças nas ruas durante o confronto.
A polícia informou, em nota, que não houve uso de bala de borracha nem foi verificada truculência dos policiais. "O Departamento Estadual de Repressão e Prevenção ao Narcotráfico compareceu ao local para investigar denúncia de que os traficantes haviam recebido carregamento de drogas para o carnaval." Foram apreendidas 250 porções de cocaína e 150 pedras de crack.
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