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A toque de caixa, PT protocola projeto para atender MTST

Menos de 24 horas depois de anunciar nova proposta, texto protocolado altera zoneamento de terreno ocupado em Itaquera

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Por Adriana Ferraz
Atualização:

Atualizada às 20h30

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SÃO PAULO - O líder do PT na Câmara Municipal, vereador Alfredinho, protocolou na tarde desta terça-feira, 17, um projeto de lei que transforma a Ocupação Copa do Povo, em Itaquera, região leste, em uma Zona Especial de Interesse Social (ZEIs). A proposta foi elaborada menos de 24 horas após o partido anunciar que o tema seria excluído do Plano Diretor para receber uma lei específica. 

A proposta de Alfredinho, se aprovada pelos colegas, vai alterar o zoneamento da área, que hoje é considerada industrial. Com o uso social do terreno assegurado, o Movimentos dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) poderá cobrar do Ministério das Cidades a construção de 2 mil moradias no local, por meio do programa Minha Casa Minha Vida.

O compromisso de erguer as moradias em Itaquera foi dado ao coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos, pela própria presidente Dilma Rousseff (PT), em reunião realizada menos de uma semana após a invasão, ainda no mês de maio.

Segundo Alfredinho, além de reclassificar o zoneamento da área, o projeto também especifica que as futuras moradias a serem erguidas no terreno deverão ser ocupadas por famílias cuja renda mensal não ultrapasse 3 salários mínimos - nos valores atuais, R$ 2.172. “A lei vai atender as famílias de baixa renda mesmo, faixa 1 da habitação social, que é quem mais precisa”, disse. O parlamentar afirmou, no entanto, que a escolha das pessoas que terão direito às unidades não compete à Câmara. “Isso será resolvido pelos governo federal e municipal.”

José Police Neto (PSD) também protocolou projeto de lei relativo à Ocupação Copa do Povo. O texto do vereador, porém, não altera o zoneamento do terreno de Itaquera e, por isso, deve ter dificuldades de ser votado em plenário - a gestão de Fernando Haddad (PT) tem maioria na Casa. Police Neto e a bancada do PSDB anunciaram que são contrários ao acordo com Boulos. A principal crítica é de que o projeto colocará os associados do MTST na frente dos demais moradores que estão na fila por uma moradia. 

Para o líder do governo, Arselino Tatto (PT), os vereadores não podem cruzar os braços diante do pleito da entidade. Ele ainda lembrou aos colegas que a “maioria esmagadora” da Casa fez acordo com o MTST nesse sentido e, por isso, deve agir o mais rápido possível. Mas, apesar da pressa, ambos os projetos não foram lidos em plenário e, por isso, não deverão ser votados nesta semana. 

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Protesto. Enquanto se discute em que projeto será votada a regularização da Copa do Povo, o MTST convoca uma marcha para esta quarta, 18. A entidade pretende levar 10 mil pessoas às ruas para pressionar pela aprovação do Plano Diretor - outras quatro ocupações dos sem-teto estão contempladas na lei.

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