04 de novembro de 2010 | 00h00
Não foi o prefeito Gilberto Kassab (DEM) nem seus secretários que pediram a votação do aumento salarial rejeitado ontem. Quem articulou a volta da proposta - já rejeitada no ano passado - ao plenário e o consequente desgaste ao chefe do Executivo foram a bancada do PT e o presidente da Câmara Municipal, Antonio Carlos Rodrigues (PR).
Essa articulação mostrou que o prefeito vai ter de pagar um preço alto se quiser reconquistar a maioria no Legislativo. Ciente da insatisfação de vereadores que apoiaram a reeleição do democrata em 2008, mas ficaram sem cargos nas subprefeituras, o PT angariou apoios regionais de vereadores na capital para a campanha de Dilma Rousseff, principalmente nos extremos das zonas leste e sul.
Do DEM e com forte reduto eleitoral no Capão Redondo, o vereador Milton Leite, por exemplo, apoiou Dilma e, como contrapartida, agora tem o apoio do PT para tornar-se o presidente da Casa no biênio 2011-2012. E a ala petista ligada a Marta Suplicy, da qual Rodrigues é suplente no Senado, quer usar a Câmara para atirar na vidraça do governo Kassab em seus dois últimos anos de gestão.
Se o prefeito quiser tirar o "centrão" das mãos do PT, vai ter de rever sua política de indicar coronéis da reserva da Polícia Militar sobretudo para as subprefeituras. E, mesmo se o fizer, corre o risco de acabar traído de última hora. A campanha de 2012 para a Prefeitura de São Paulo começou ontem.
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