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A Justiça acertou em paralisar ciclovias de São Paulo?

Veja uma opinião favorável e outra contrária à decisão judicial

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Por Redação
Atualização:
Caso a Prefeitura de São Paulo descumpra a decisão judicial, terá que pagar multa diária de R$ 10 mil Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO

A Justiça mandou a gestão Fernando Haddad (PT) parar as obras de ciclovias na cidade de São Paulo. A exceção é a Avenida Paulista. A decisão liminar publicada nesta quinta-feira, 19, acolheu parcialmente o pedido feito pelo Ministério Público Estadual (MPE) de suspender a construção de todas as ciclovias da capital. Cicloativistas lamentam a decisão. 

A Justiça acertou em fazer essa paralisação? Veja duas opiniões sobre o tema: 

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NÃO

William Cruz

Quem vê as ciclovias como um perigo geralmente não passou pela experiência de pedalar ao lado de motoristas que acreditam estar em um autódromo. Para quem pedala nas ruas, as ciclovias imperfeitas são uma proteção muito bem-vinda. A ação do Ministério Público Estadual, que alega “resguardar a segurança, a locomoção e a qualidade de vida” dos ciclistas, comete o mesmo equívoco. Desconhecendo a realidade, coloca em dúvida o uso das vias em dias de chuva, sendo que há países onde ela é utilizada até com neve. O texto é cínico e penoso ao usuário de bicicleta, ao ignorar que buracos e sarjetas já eram enfrentados antes, com carros atrás, prontos para colher quem caísse. Na prática, o que o MPE diz na ação é que não deveria haver o ciclista, que a bicicleta não deve ser utilizada e que o carro é o modal mais importante para a cidade. 

WILLIAM CRUZ É O CRIADOR DO SITE VÁ DE BIKE

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SIM

Caio Machado

A maneira como esse assunto tem sido tratado pela Prefeitura está equivocada. Observando inúmeros locais onde foram instaladas as ciclovias, há evidências do improviso do tratamento desse importante assunto. Verificam-se desde interrupções incompreensíveis de trechos a inúmeras irregularidades: buracos e obstáculos de toda ordem, desníveis na pista, acúmulo de concreto, ondulação do asfalto e bocas de lobo rompidas são só alguns exemplos. Entendemos que tal situação é injustificável e a cidade e seus moradores necessitam de ciclovias pensadas de forma responsável, executadas com todo o rigor técnico e articuladas pelo poder público em conjunto com a população. No Jardim das Bandeiras, onde moro, posso afirmar que nunca houve nenhuma consulta aos moradores.

CAIO MACHADO É URBANISTA E PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DO JARDIM DAS BANDEIRAS

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