A iniciativa é interessante, mas ainda fica a dever

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Por Luiz Américo Camargo
Atualização:

A Restaurante Week, em seu princípio, é uma iniciativa interessante. Fomenta o interesse pela gastronomia e democratiza o acesso a um considerável número de estabelecimentos. Mas é preciso reconhecer, por outro lado, que a celebrada semana (que na verdade é quinzena) ainda fica a dever em São Paulo. Especialmente se comparada à de Nova York.Qual é a ideia central, ao menos nos EUA? Aumentar a base de clientes de restaurantes. Atrair os habitués, mas também oferecer um lugar à mesa a um novo público. E, assim, construir a clientela do futuro. Na metrópole americana, essa proposta é levada muito a sério, com participação para valer de grandes chefs, que servem seus pratos de linha.Em São Paulo, entretanto, estabelecimentos de primeiro time que fazem parte da iniciativa são minoria. E acontece de muitas casas oferecerem não os itens do cardápio, mas sugestões mais baratas, quando não simples quebra-galhos. Ou seja, não apresentam as verdadeiras cozinhas. O comensal não pode nem deve esperar trufas e foie gras, é óbvio. Mas, se um restaurateur topou aderir, deveria fazê-lo com capricho.Outro aspecto é o das reservas. Muitas casas ficam mesmo lotadas e é bom telefonar e garantir lugar - se possível, com dias de antecedência. No ano passado, a propósito, passei pela seguinte experiência. Liguei para um restaurante e perguntei se estava cheio. "Se for Restaurant Week, é mais de uma hora de espera", disse o funcionário. "E se for pelo cardápio normal?", retruquei. "Aí a gente arruma uma mesa." Não deveria ser assim.Neste ano, há alguns restaurantes de ótimo nível, como Arturito, Tordesilhas, Templo da Carne, Marcel, Picchi. Mas recomendo eleger programas com sabedoria. Informem-se a respeito dos cardápios propostos. Telefonem e questionem sobre como funciona a política de reservas. E escolham bem onde pretendem apostar seus reais e seu tempo.É CRÍTICO DO "PALADAR" E DO "DIVIRTA-SE"

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