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A história da Bela Vista

Ícone ítalo-paulistano, o bairro foi gerado na chácara de um certo português apelidado de Bexiga

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Por Redação
Atualização:

Ícone ítalo-paulistano, a Bela Vista faz parte da legenda dos bairros de imigrantes que se desenvolveram na cidade no fim do século XIX e início do XX, bem como Brás, Mooca e Bom Retiro. Suas ruelas estreitas e subidas lembravam cidadezinhas da chamada bota europeia e por coincidência foram aos poucos tomadas por gente vinda principalmente do sul da Itália.

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Nasceu dos Campos do Bexiga, uma faixa de terra hoje compreendida pelas avenidas Brigadeiro Luiz Antônio, Paulista e Praça da Bandeira. Era um local de propriedades rurais e ponto de passagem de tropas que vinham de Santo Amaro e Itapecerica para abastecer a população. A área servia ainda como rancho para o pouso de tropas e abrigo de negros, em especial na região cortada pelo Córrego Saracura.

Até 1870, o dono do local era Antônio José Leite Braga, apelidado de Bexiga porque teria sido vítima de varíola. Muitos atribuem o nome do bairro a esse apelido. A chácara do Bexiga ficava entre os Riachos Itororó (Av. 23 de Maio) e Saracura (Av. 9 de julho).

O loteamento do bairro – que agora tem como ponto principal a Praça D. Orione – foi inaugurado em 1º de outubro de 1878, pelo imperador D. Pedro II. A partir da primeira gleba surgiram casas modestas ocupadas, em geral, por artesãos e pequenos comerciantes. Foram sobretudo os imigrantes do sul da Itália que contribuíram para a formação do bairro, seguidos alguns anos depois pelos negros libertos e estrangeiros vindos de outros países.

O Bexiga é sede da famosa escola de samba Vai-Vai e conhecido por suas famosas cantinas. Outras atrações são a festa de Nossa Senhora Achiropita, onde a macarronada é consumida aos montes, em agosto, e o gigantesco bolo servido em comemoração ao aniversário da cidade, sempre no dia 25 de janeiro.

O Bexiga é sede da famosa escola de samba Vai-Vai e conhecido por suas famosas cantinas Foto: ALEX SILVA/ESTADAO

Século XVI

As origens do bairro remontam ao Sítio do Capão. Seu registro é de 1559, quando pertencia a um português. Anos depois, mudou de nome para Chácara das Jabuticabeiras (havia muitas árvores do tipo).

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Século XVIII

Outro nome de proprietário se destaca: Antônio Bexiga, que teria sido vítima de varíola (o nome popular da doença era bexiga). Naquela época, havia muitos negros fugidos da escravidão que se escondiam nas matas do futuro bairro.

1878

Até 1870, o dono do local era Antônio José Leite Braga, apelidado de Bexiga porque teria sido vítima de varíola. Muitos atribuem o nome do bairro a esse apelido. A chácara do Bexiga ficava entre os Riachos Itororó (Av. 23 de Maio) e Saracura (Av. 9 de julho). Em 1878, ocorreu o primeiro loteamento da região, inaugurado por D. Pedro II.

1890

Uma nova onda de imigrantes chega ao Brasil e estrangeiros vindos não só da Itália escolhem viver no (ainda assim chamado de) Bexiga. Os negros, que antes da libertação costumavam fugir da escravidão e se esconder nas matas da região, agora se tornam mais numerosos, pois estão livres. Dessa poderosa mistura de pessoas de origens distintas começa a se formar o bairro que conhecemos hoje.

1907

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Surge a cantina Capuano, na Conselheiro Carrão, e que está até hoje em atividade. É a mais antiga em funcionamento da cidade.

1910

O Bexiga passou a se chamar Bela Vista em dezembro de 1910. O nome oficial foi determinado por um decreto municipal.

1926

Os imigrantes fundaram na Rua 13 de maio a paróquia Nossa Senhora da Achiropita, cuja festa da padroeira, que ocorre em agosto, é uma das celebrações italianas mais tradicionais do Brasil.

1948

Franco Zampari coloca São Paulo no centro do mapa das artes dramáticas ao inaugurar o Teatro Brasileiro de Comédia na Rua Major Diogo. O Bexiga viraria uma espécie de Broadway, porque depois do TBC muitos outros palcos surgiriam e a boemia se estabeleceria no bairro com bares e restaurantes preparados para receber os artistas e o público.

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1950

Na década de 50, a Bela Vista ocupou o primeiro lugar entre os subdistritos mais populosos da cidade de São Paulo, com 17 560 habitantes. Hoje, mais de 70 mil pessoas habitam a região.

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