A bola rolou o mundo e se encontrou aqui

O primeiro jogo da seleção no estádio novinho em folha; A Copa do Mundo deixa saudade

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Por Edison Veiga
Atualização:

Naquele já histórico 12 de junho de 2014, poucos conheciam tão bem a Arena Corinthians, popularmente chamada de Itaquerão, quanto Severino Santos da Silva, o Barba, pernambucano de 44 anos, corintiano desde criança, morador de São Miguel Paulista, extremo leste paulistano. 

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Era a esperada abertura da Copa do Mundo e, em campo, a seleção brasileira inaugurava o torneio enfrentando o time da Croácia. Na moderna arquibancada, entre os 62.103 torcedores estava Barba – um dos cerca de 2 mil operários que construíram o estádio do Corinthians. “Trabalhei aqui desde o primeiro dia das obras, em 2011”, conta ele, que ganhou o ingresso para ver o jogo, assim como todos os operários das arenas – as partidas foram sorteadas entre eles.

“Eu nunca tinha visto um jogo do Brasil em um estádio. Chorei muito quando a bola começou a rolar”, admite. “Ver a casa cheia deu um gostinho especial para mim. Afinal, eu vi o estádio nascer, a grama ser plantada, tudo ser construído.” Antes, Barba só tinha ido ao Pacaembu – e em jogos do seu Corinthians. “A primeira vez que pisei lá eu tinha 12 anos e fui com minha mãe, Maria Virgínia, também corintiana, e dois dos meus oito irmãos”, lembra. 

Tirando a parte futebolística – porque ninguém aqui quer ficar lembrando daqueles famigerados 7 a 1 –, o Mundial no Brasil foi um sucesso, muito superior às previsões pessimistas do tipo “imagina na Copa” que circulavam antes de o torneio começar. E São Paulo, de patinho feio entre as cidades-sede acabou se revelando um badalado destino turístico.

A Vila Madalena, tradicional bairro boêmio da zona oeste, se tornou ponto de encontro de torcedores brasileiros e estrangeiros a cada jogo – e, principalmente, após as partidas. Parecia um carnaval no meio do ano. Carros nem sequer conseguiam transitar pelas principais ruas da região, e as festas invadiam a madrugada. O pico de gente no bairro foi no dia 4 de julho, quando 70 mil pessoas assistiram de lá à partida das quartas de final entre Brasil e Colômbia. No centro, o Vale do Anhangabaú também lotou todos os dias, com o palco oficial da Fifa – a chamada Fan Fest.

De acordo com balanço divulgado pela São Paulo Turismo (SPTuris), 495.859 turistas passaram pela capital durante os 30 dias do evento futebolístico. Desse total, 299.322 eram brasileiros e 196.547, estrangeiros – um terço oriundo da Argentina.

O brasileiro gastou em média R$ 2,2 mil, enquanto o estrangeiro desembolsou R$ 4,8 mil. A Prefeitura estima ter gastado de R$ 30 milhões a R$ 40 milhões com operações relacionadas ao evento – sem considerar os investimentos em infraestrutura. Ao mesmo tempo, a arrecadação foi de R$ 1 bilhão, de acordo com a administração municipal.

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