918 obras ainda estão desaparecidas no Brasil

Roubos culturais são o terceiro negócio mais rentável no mundo, atrás apenas do tráfico de drogas e armas

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Por Rodrigo Brancatelli
Atualização:

Apesar da descoberta do paradeiro das obras furtadas do Masp, o governo federal tem catalogado 918 outros bens culturais perdidos - entre quadros, esculturas, documentos e obras sacras. Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), as peças roubadas da Chácara do Céu, no Rio, em março de 2006, são as mais importantes.   Veja também: Polícia identifica 3.º suspeito de furtar telas Grampo após roubo levou à prisão de ladrões   "A polícia de São Paulo mostrou eficiência, mas a do Rio ainda não conseguiu solucionar este que deve ser o maior roubo do País", diz José Nascimento Jr., diretor de Museus do Iphan. Na ocasião, foram roubados A Dança, de Picasso, O Jardim de Luxemburgo, de Matisse, Dois Balcões, de Dalí, e Marinha, de Monet. Os quadros são avaliados em US$ 50 milhões. Até hoje, a polícia só teve um suspeito, o fraudador francês Michel Cohen, mas não conseguiu provas.   Também vai ser complicado reaver as outras peças roubadas e furtadas pelo País. Só no Rio, por exemplo, o Iphan diz que são 551 peças perdidas. O problema é que apenas 80 das obras listadas tiveram dados traduzidos e fotografias enviados à Interpol, a polícia internacional. Além disso, não existem fotos de quase um terço das 918 peças catalogadas.   Segundo a Interpol, o roubo de bens artísticos e históricos já é o terceiro delito mais rentável no mundo - depois do tráfico de armas e de drogas - e movimentou em 2006 cerca de US$ 4 bilhões. O Brasil é o principal alvo dos ladrões na América Latina. Segundo a Interpol, só fica atrás dos Estados Unidos, França e Iraque no ranking mundial - lugares já saqueados à exaustão, como Grécia e Egito, despencaram no ranking, ainda que peças roubadas no passado nesses países continuem sendo as mais cobiçadas no mercado clandestino. Muitos bens também são usados para lavagem de dinheiro.

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