5 são presos em operação contra milícia no Rio

18 foram denunciados sob a acusação de integrar Liga da Justiça, que continua forte apesar da prisão de líderes

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Por Alfredo Junqueira
Atualização:

Operação feita na manhã de ontem pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Rio mostrou que a milícia conhecida como Liga da Justiça, que atua há mais de 10 anos na zona oeste da cidade, continua forte mesmo após a condenação de seus principais líderes - os irmãos Natalino, ex-deputado estadual, e Jerônimo Guimarães, o Jerominho, ex-vereador. Ex-policiais civis, os dois cumprem pena desde 2008 no presídio federal de segurança máxima de Campo Grande.Com a participação de 150 policiais, a Operação Pandora prendeu três ex-PMs e duas mulheres e apreendeu R$ 45 mil, além de carro, pistola PT 380 e documentos que comprovam a atuação dos paramilitares - como recibos de pagamento para venda de gás e proteção. A Delegacia de Repressão às Ações do Crime Organizado e Inquéritos Especiais (Draco/IE) aguardava que o ex-chefe do cartório da Corregedoria Interna da Polícia Civil (Coinpol) Anísio de Souza Bastos se entregasse até a noite de ontem. De acordo com as investigações, iniciadas no fim de 2009, ele recebia R$ 40 mil por mês para passar informações sigilosas sobre operações e inquéritos para os milicianos. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio denunciou 18 pessoas por formação de quadrilha armada. Os policiais também cumpriram 33 mandados de busca e apreensão. As investigações ainda revelaram que dois líderes da milícia, Carlos Ari Ribeiro e Ivo Mattos da Costa Junior, transformaram suas celas no Batalhão Especial Prisional (BEP) em uma espécie de escritório do grupo paramilitar. De acordo com a denúncia do Ministério Público, o ex-PM Toni Angelo Souza de Aguiar, que está foragido e é um dos 18 denunciados, é a principal liderança da Liga da Justiça em liberdade. Todos respondem ao ex-policial civil Ricardo Teixeira Cruz, o Batman.

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