05 de agosto de 2010 | 00h00
Quatro entre dez mulheres que recorrem ao Ligue 180, serviço da Secretaria de Política para as Mulheres, do governo federal, são vítimas de agressão desde o início do relacionamento. A violência é diária em 57% dos casos.
Os dados são referentes ao período de janeiro a julho deste ano. O número de denúncias cresceu 112% (de 161,8 mil para 343 mil) em relação ao mesmo período de 2009. Em 72% das situações, as mulheres continuam a viver com o agressor. Já 14,7% dos agressores são ex-namorados ou ex-companheiros.
Entre os crimes relatados estão violência física, moral, sexual, patrimonial e psicológica. Metade das mulheres afirma correr risco de morte.
Para a secretária de Enfrentamento da Violência contra a Mulher, Aparecida Gonçalves, o que aumentou foi a coragem das vítimas. "O 180 não é a polícia e isso deixa as mulheres mais encorajadas a falar. Orientamos a buscar ajuda em centros de referência para apoio psicológico e em hospitais e damos informações sobre como denunciar à polícia e à Justiça."
Neste mês, a Lei Maria da Penha completa quatro anos. Para Aparecida, é preciso que o Estado brasileiro invista recursos e crie serviços especializados para as vítimas. "Por outro lado, as mulheres que sofrem violência devem ser mais ativas quando vão a um serviço especializado e não têm tratamento adequado."
Reação
Cansada de apanhar, Juliana Ellen da Silva, de 26 anos, matou o marido com um tiro na cabeça ontem, no Grajaú, zona sul. Ricardo Batista de Carvalho, de 38 anos, era guarda municipal.
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