
10 de abril de 2013 | 02h07
"A questão é quantas dessas pessoas vão migrar para os ônibus. Para calcular a capacidade da via, é preciso ver também quantos ônibus vão utilizar os corredores", afirmou Mário Angelo Nunes de Azevedo Filho, especialista em trânsito e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC). A matemática é bem simples: um ônibus ocupa o espaço de três carros, mas transporta 40 pessoas.
Para o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, que já fez repetidas declarações de que a prioridade agora é o transporte público, o trânsito em São Paulo já está parado e a única solução possível é fazer as pessoas migrarem do automóvel para o ônibus. "O metrô, por exemplo, demora demais para ser feito", disse ontem, durante a apresentação do projeto das faixas exclusivas. "Por isso, a necessidade dos corredores, agora."
Qualidade. Para especialistas, essa migração depende de as faixas apresentarem níveis de qualidade que o transporte de ônibus de São Paulo ainda não tem. "Ele precisa ser igual ao metrô, no sentido de pontualidade, confiabilidade, segurança", disse o superintendente da Associação Nacional do Transporte Público, Luiz Carlos Mantovani Néspoli. "Não faz sentido a pessoa que faz o movimento pendular, de casa para o trabalho, ir de carro para o centro e parar na rua. Precisa ir de transporte público, mas a troca só será feita se houver qualidade", diz o professor de Engenharia de Transportes Mário Angelo Azevedo Filho. / B.R.
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