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14 anos depois, famílias do Palace 2 só receberam 60% da indenização

Prédio de classe média alta na Barra da Tijuca desabou parcialmente e matou 8 pessoas; Justiça condenou ex-deputado

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Por Redação
Atualização:

Catorze anos depois do desabamento do Edifício Palace 2, que deixou oito mortos, as famílias que moravam no local receberam, em média, 60% do valor da indenização definido pela Justiça, de acordo com o advogado Leonardo Amarante, que representa parte das vítimas.O advogado conta que, em 2009, depois da morte do empresário Sérgio Naya, da construtora Sersan, responsável pelo prédio, os bens que seriam utilizados para o pagamento das indenizações ficaram diluídos, o que provocou atrasos ainda maiores para a liberação dos valores."Um fato que favoreceu as famílias é que o Tribunal de Justiça (do Rio) e o Superior Tribunal de Justiça determinaram que as famílias têm preferência no recebimento desses valores, ante fornecedores e outras pessoas", diz Amarante.O Palace 2 era um condomínio de classe média de 22 andares, construído na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. No terreno, será erguido um novo prédio, batizado de Edifício Marapendi. O edifício começou a desabar na madrugada de 22 de fevereiro de 1998. Moradores acordaram com um estrondo seguido de tremor. Chamada ao local, a Defesa Civil interditou o prédio. Enquanto as famílias ainda o abandonavam, 44 apartamentos desmoronaram, soterrando oito pessoas, que morreram. Cinco dias depois, mais apartamentos caíram. No dia 28, o Palace 2 teve de ser implodido emergencialmente. A perícia constatou erros no projeto e na construção do edifício, que nunca teve Habite-se, apesar de, na época, estar ocupado havia dois anos. As 200 famílias que viviam no vizinho Palace 1 também precisaram deixar os apartamentos por causa dos riscos. Sergio Naya, que foi deputado federal por Minas Gerais, chegou a ficar preso duas vezes e se refugiar nos Estados Unidos. Morreu por um problema no coração em um hotel de Ilhéus, na Bahia. / B.R. e F.F.

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