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1ª Bienal do Livro

Por Juliana Ravelli
Atualização:

Em 1970, a produção editorial no Brasil engatinhava. Naquele momento, já circulavam pelo mundo teorias que anunciavam o fim do livro. Desafiando previsões pessimistas, nasceu a 1.ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo. Alfredo Weiszflog, de 70 anos, hoje presidente da Editora Melhoramentos, participou da feira, assim como de todas que se seguiram.

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“Na época, não havia profissionalismo nenhum”, diz. “Brinco que a primeira vez em que fui para Frankfurt (sede da maior feira do setor no mundo), em 1969, sentei na calçada e chorei ao ver como era a produção de livros deles e a nossa.” 

Idealizada por Francisco Matarazzo Sobrinho, o Ciccillo Matarazzo, a bienal paulistana foi realizada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) entre 15 e 30 de agosto. Editoras do País e de outras 23 nações participaram da iniciativa, que atraiu 40 mil visitantes. Naquela edição, o evento recebeu o escritor argentino Jorge Luis Borges.

Minutos antes da abertura, instalações elétricas ainda eram concluídas, pregos eram batidos, escadas, arrastadas, e vassouras tentavam colocar alguma ordem no edifício que também recebia a Bienal Internacional de Arte, no Parque do Ibirapuera, na zona sul.

“Os estandes eram de madeira. Só em 1984 passamos a ter estandes-padrão”, diz Weiszflog. “No começo, a feira só tinha uma entrada e uma saída. Era o que a gente chamava de ‘caminho de rato’. As pessoas tinham de passar por todos os estandes até sair.”

Com o tempo, tudo mudou. A bienal cresceu e se profissionalizou. Em 1996, foi para o Expo Center Norte. Em 2002, para o Centro de Exposições Imigrantes, e, em 2006, para o Anhembi. “Hoje, as bienais são grandes eventos. No começo, era tão modesto, singelo, que hoje não faria sucesso.” A última edição, em 2014, teve 720 mil visitantes.

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