Foto do(a) blog

Histórias e curiosidades do jeito de viver nos condomínios de SP

Xô Corona, com R$ 10,00 você já pode ajudar

PUBLICIDADE

Por Angélica Arbex
Atualização:
 

13 milhões de pessoas vivem nas favelas do Brasil, segundo dados do Data Favela. Destas, 1/3 não têm recursos para comprar produtos de limpeza e higiene. Terão dificuldades para comprar alimento inclusive. Três gerações da mesma família, usualmente, dividem 2 cômodos. O coronavírus é uma bomba relógio na favela.

PUBLICIDADE

Ainda segundo a pesquisa, 7 em cada 10 moradores das favelas terão a sua renda diminuída por conta da pandemia, autônomos, informais etc. Trabalho com condomínios há muitos anos. E a vida coletiva é uma parada! Imagine então com a necessidade de isolamento social em comunidades que nasceram, cresceram e só sabem ser coletivas! Mas é nesses tempos, à primeira vista sombrios, que a criatividade e a solidariedade dão uma lição atrás da outra na gente.

Eu continuo achando que a gente deve sim caminhar (sem aglomeração)  em áreas abertas nos prédios, que os síndicos não têm o direito de proibir visitas e acesso de qualquer pessoa aos apartamentos, que funcionários dos condomínios (fora do grupo de risco) se encaixam em serviços essenciais e devem permanecer trabalhando. Mas quando paro e penso nos cuidados que estamos reforçando para os condomínios, entro em pânico, de verdade. Olha só, para apertar o botão do elevador, passe álcool; pegar elevador?  só quem mora na sua casa, tem gente, espere o próximo; chegou da rua, tire roupa e sapato no hall, coloque tudo pra lavar e tome banho. Todos esses cuidados estão sendo repetidos à exaustão e devem ser mesmo, concordo 100% com eles. Mas, e a favela? Se tem perigo o botão do elevador, já imaginou o que está acontecendo em Heliópolis e na Rocinha, por exemplo.

Mas tem muita gente trabalhando duro pra contar uma história diferente desse caos aparente. O #favelacontraovirus da CUFA  começou um movimento organizado que conta com o apoio de empresários e artistas e que está fazendo, com muita competência, a ponte entre quem precisa de ajuda e quem quer ajudar.

A Lello Condomínios iniciou na última sexta-feira uma campanha em parceria com a CUFA para doar produtos de higiene e limpeza para as favelas de São Paulo. A Lello doou o primeiro lote de produtos para cerca de mil famílias e agora criou a campanha para financiamento coletivo. A campanha Xô, Corona tem o objetivo de arrecadar em 30 dias, R$ 100 mil para, descontados os impostos,fazer a compra e entrega dos produtos de higiene e limpeza para a CUFA. "Mas o segredo para evitar que o contágio seja exponencial é o tempo, então conforme for crescendo o financiamento coletivo na plataforma, a Lello vai adiantando os recursos. Não vamos esperar o fim da campanha. Toda semana vamos comprando e entregando os produtos conforme o valor arrecadado na plataforma. Fizemos uma linha de produção entre pedido, compra e entrega para garantir o estoque e a entrega semanal. O valor arrecadado é o termômetro do que iremos comprar na semana, mas estamos colocando os recursos na frente até o limite alvo da campanha." Contou pra mim a Camila Tascheto que é coordenadora de marketing na Lello.

Publicidade

A campanha Xô, Corona está ancorada em uma plataforma de financiamento coletivo e aceita doações a partir de R$ 10,00. Se você quiser participar, aqui vai o link: https://benfeitoria.com/xocorona

Esta e as tantas outras iniciativas como as doações de cestas básicas, a colaboração entre vizinhos, o cuidado com os mais velhos, os shows que estão trocando palcos por varandas estão deixando os dias mais leves e a certeza que seremos pessoas melhores depois dessa. Vai passar!

 

 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.