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Histórias e curiosidades do jeito de viver nos condomínios de SP

Para os 24 mil síndicos da cidade, parabéns!

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Por Angélica Arbex
Atualização:
 

Hoje se comemora o dia do síndico, você provavelmente não sabe disso. Porque o síndico para a grande maioria das pessoas é visto como alguém que está lá pra dar advertências, multa, interfonar no meio da única festa que você deu no ano pra reclamar e, pior, pra tomar decisões sozinho sobre o que é melhor para todo o condomínio. Não tem erro, todo mundo que conversa comigo e sabe que trabalho com a vida vertical, tem uma história pra contar do síndico do prédio.

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Só que como tudo nestes nossos tempos, essa ideia também está mudando e mudando muito rápido. Em um artigo recente que publiquei aqui mesmo no Estadão, convidei os leitores a fazer uma reflexão sobre o síndico do futuro. Aqui, um resumão das principais ideias que acredito e vejo que estão se concretizando sobre o papel do Síndico nas grandes cidades brasileiras.

Até o fim desta década, cerca de 90% da população brasileira estará vivendo nas cidades.  As nossas cidades estão cada vez maiores e elas crescem para cima. Segundo  Jhon Wilmoth, diretor da Divisão da população das Nações Unidas do Departamento dos Assuntos Econômicos e Sociais "Gerir áreas urbanas tem se tornado um dos desafios mais importantes do Século 21. O nosso sucesso ou fracasso na construção sustentável das cidades vai ser o principal fator de sucesso da agenda da ONU pós 2015".

Cuidar de condomínios - que muitas vezes são mini cidades - é uma tarefa que vem se transformando completamente nos últimos anos e que tem pela frente um futuro instigante e promissor.  Em São Paulo temos notado uma sensível mudança no perfil dos síndicos. Um estudo recente de nosso escritório mostrou que cada vez está mais acirrada a disputa pelo cargo, por  candidatos estão cada vez mais jovens (de idade ou espírito)  e conectados com o seu verdadeiro papel para o condomínio, para o bairro, para a cidade. São pessoas genuinamente preocupadas  com a formação das comunidades, com o fomento à convivência, com a construção  de vizinhanças mais amáveis e colaborativas e que entendem o verdadeiro valor do seu papel congregador e na construção de espaços mais humanos.

A inovação também é pauta constante deste novo perfil de síndicos, e prestar serviços a eles é um desafio que incentiva e também provoca o exercício de experimentação de novos modelos de gestão. Modelos pensados para condomínios, modelos que já foram aplicados e comemorados em outras indústrias. O síndico contemporâneo se interessa muito por serviços integrados, otimização de recursos, novos formatos de contratação de mão-de-obra e um desenho claro de plano de trabalho e apresentação de resultados. O compromisso é com a eficiência da gestão, e isso faz toda a diferença. Os novos modelos de moradia, inclusive, com serviços mais integrados e otimizados, exigem que o síndico adote novos formatos de administração dos empreendimentos.

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A responsabilidade do síndico, que já era enorme,  aumenta com os desafios que o mundo atual, em constante ebulição, impõe.  Ressignificar o seu papel, sendo um construtor das novas relações entre as pessoas na cidade e contribuir para que ela seja um lugar melhor é um desafio que faz brilhar os olhos. E é para lá que estamos todos mirando. Quem sabe, daqui a alguns anos, o Dia do Síndico, comemorado hoje será uma data amplamente conhecida e reconhecida pelo papel transformador que ele estará cumprindo na vida dos condomínios e das cidades. Imagino que presente melhor que este não pode haver.

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